Antropologia

O objetivo dessas aulas introdutórias é demonstrar a atual diversidade de povos, línguas e modos de existência dos índios no Brasil, de modo a deslocar e desconstruir ideias correntes no senso comum, que constroem uma imagem do indígena como homogênea e congelada no passado. As aulas incluem a apresentação de dados históricos, geográficos e demográficos do panorama atual da população indígena no Brasil, assim como uma introdução a características sociológicas e culturais destes povos, bem como a aspectos centrais do pensamento e das filosofias indígenas. Na parte final do curso, serão discutidos métodos didáticos para trabalhar com essa temática em sala de aula.

Em um contexto em que a crise política e econômica aprofunda problemas sociais e traz novos desafios para a sociedade brasileira, este curso tem como objetivo fornecer subsídios a quem se interessa pela temática das práticas consensuais de gestão de conflitos, especialmente a mediação e a justiça restaurativa. O curso propõe um olhar apurado em relação ao fenômeno do conflito e à complexidade que o envolve, em contraposição às respostas "fáceis" e "prontas", não raras vezes violentas, que parecem emergir com mais força em momentos como o atual.

O curso apresentará algumas técnicas e habilidades da mediação e facilitação de diálogos restaurativos, de modo que os(as) participantes possam adquirir novas capacidades autocompositivas, revalorizar aquelas que já possuem e experimentar algumas ferramentas da mediação e da comunicação não violenta.

Apresentar uma introdução às obras de autores negros/as, cuja contribuição à história da Antropologia e das Ciências Sociais permanece desconhecida ou inexplorada.

Apresentar uma introdução às obras de autores negros/as, cuja contribuição à história da Antropologia e das Ciências Sociais permanece desconhecida ou inexplorada.

O curso propõe refletir sobre a relação entre política e território a partir de diferentes abordagens teóricas e conceituais, com destaque para a forma com que esses campos reverberam em terras tradicionalmente ocupadas - de povos indígenas, quilombolas, caiçaras, dentre outros. A partir de pesquisas antropológicas, buscamos deslocar os sentidos e usos dos territórios, paralelamente às noções de política, que se constroem localmente, desenvolvendo outras e inusitadas formas de criatividade e ação prática.

Este curso se coloca como um primeiro esforço do Hybris - Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Relações de Poder, Conflitos, Socialidades, sediado nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSCar e da USP, para pensar correlações entre temas relevantes em contextos de redesenho de direitos sociais e políticos, principalmente após as eleições de 2018. Este módulo inaugura uma sequência de outros cursos que, apesar de independentes, compõem um esforço convergente entre noções etnográficas, teóricas, conceituais que contribuam para a reflexão e elaboração não apenas de trabalhos acadêmicos, mas também de políticas públicas e de ações políticas multidimensionais.

Este curso tem por objetivo oferecer um panorama dos processos de construção e reconstrução de agendas nos movimentos feministas e LGBTI no Brasil. O ponto de partida recupera os processos de transformação, cidadanização e democratização das demandas políticas que se intensificam na virada do século, apresentando desafios a respeito da proliferação de formatos de atuação e de engajamento.

Com isso, é possível reconhecer uma produção crescente de repertórios, estratégias e estilos de atuação política em ambos os movimentos. Isso também passa por um intercâmbio entre militantes e pesquisadores acerca do uso de teorias decoloniais ou pós-estruturalistas, bem como estudos desenvolvidos no campo da sexualidade, dos feminismos negros e interseccionais, do putafeminismo e do transfeminismo. Nos tempos atuais, isso diz respeito aos novos usos atribuídos a conceitos e categorias que têm sido forjados em intenso debate entre a academia e os movimentos sociais.

Este curso tem como objetivo introduzir aos participantes os principais conceitos presentes na obra da antropóloga Veena Das. Dentre eles, vale salientar suas formulações sobre violência, dor e sofrimento, na medida em que salienta a importância da experiência e do cotidiano para compreendê-los. Assim, é pertinente também refletir sobre a importância que autora confere ao trabalho de campo etnográfico. Além disso, outro eixo do curso gira em torno do conceito de margem, desenvolvido por Das em parceria com Deborah Poole. Nesse sentido, é possível avançar em outro âmbito do pensamento da autora, qual seja o entendimento do Estado a partir da ideia de margem e das complexas relações que vão muito além de simplesmente coloca-los em lados opostos. A partir de sua produção mais recente, o curso também propõe discutir a ideia de pobreza, em sua associação com saúde e doença. Por fim, o último fio condutor é a aproximação entre antropologia, filosofia e outras ciências, sendo que autores parceiros de Das serão discutidos. O curso pretende fornecer aos participantes elementos analíticos e teóricos para lidar com os temas propostos, permitindo assim um melhor entendimento da realidade social.

Apresentar as principais técnicas e habilidades da mediação e facilitação de diálogos restaurativos, bem como seus principais aspectos teóricos, de modo que os participantes possam interiorizar novas capacidades autocompositivas, revalorizar aquelas que já possuem e experimentar algumas das principais ferramentas da Mediação e da Justiça Restaurativa.

Trata-se de um curso de introdução à antropologia da cidade, com ênfase na pesquisa etnográfica, voltado à questão das práticas, tanto as realizadas por citadinos no espaço urbano, quanto aquelas que se colocam como desafio para o próprio fazer antropológico. As aulas iniciais abordarão temas clássicos e contemporâneos da antropologia, seguidas de enfoques mais centrados na antropologia urbana, com atenção especial a múltiplas apropriações do espaço público que ocorrem sobretudo na área central de São Paulo, nas esferas do ativismo político, da arte urbana, do lazer e do consumo. Isso inclui uma experiência tópica de observação de determinadas práticas espaciais, a ocorrer também em territórios da área central da cidade.

Este curso pretende esquadrinhar os modos como Hannah Arendt e Judith Butler desenvolvem de forma peculiar e, em alguns pontos, complementar, um arcabouço teórico indispensável para a compreensão das relações na modernidade, ao pensarem uma teoria da ação social cuja noção de público emerge atrelada ao declínio da esfera pública e a emergência da esfera social. Se para Hannah Arendt, a compreensão da sociedade ocidental moderna está profundamente atrelada a emergência do social, à vitória do animal laborans e ao fenômeno do totalitarismo, Judith Butler, por sua vez, evidencia a partir do conceito de gênero, a importância de se repensar os modelos binários das relações sociais que foram estruturadas pela ideia de sexo biológico. O conceito de gênero emerge assim como um instrumento para a produção de uma teoria da ação política. De modo geral, o curso pretende oferecer a partir deste referencial bibliográfico, instrumentos analíticos para a apreensão dos fenômenos políticos atuais.