16 poetas portugueses do século XX

 

PROGRAMA DETALHADO 

AULA 1 sábado, 28 de setembro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Teixeira de Pascoaes (1877 – 1952) _ por Roberta Ferraz 
Leremos Pascoaes como um aglomerado de tempos estéticos atuantes ainda no cadinho de fins do século XIX e início do século XX: neorromantismo, simbolismo, neogarretismo, modernismo, etc. Num contexto de extrema instabilidade política em Portugal, Pascoaes esteve com frequência no centro do debate literário do começo do século, quando através da revista A Águia liderou o movimento saudosista, elegendo e propagando a ‘saudade’ como mito matriz da cultura portuguesa. 

11h – 12h40 | Camilo Pessanha (1867 - 1926) _ por Bruno Matangrano 
O Simbolismo em Portugal: breve apresentação do movimento, de suas origens parisienses às primeiras manifestações lusitanas. "Nostalgia, Exílio e Melancolia": três temas biográficos presentes na poesia de Pessanha. "O Verlaine Lusitano": Pessanha leitor dos simbolistas franceses. Leitura e análise de poemas. 


AULA 2 sábado, 5 de outubro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Fernando Pessoa (1888 – 1935) _ por Mauro Dunder 
Aspectos biográficos relacionados à obra; O projeto de Orpheu e a identidade de Portugal; A questão da heteronímia; Leitura de poemas dos principais heterônimos: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos; Poesia ortônima. 

11h – 12h40 | Mário de Sá-Carneiro (1890 - 1916) _ por Orivaldo Rocha 
um exemplo bem acabado de correspondência profunda entre vida e arte; como um autor de contos e de narrativas é em essência poeta e apenas poeta; pontos de contato entre a narrativa A confissão de Lúcio e as cartas a Fernando Pessoa. 

AULA 3 sábado, 19 de outubro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Vitorino Nemésio (1901 - 1978) _ por André Osawa 
Filiação e independência: diálogos com diversas vertentes do modernismo e da contemporaneidade portuguesa. O estilo humilde como mundividência moderna. O olhar “estrangeiro” ao Brasil. O pensador “inconveniente” e independente. 

11h – 12h40 | José Régio (1901 - 1969)_ por José Eduardo Ferreira 
O movimento da Presença por João Gaspar Simões; Os conceitos de “Literatura Viva” e “Literatura Livresca” de José Régio; Análise do livro Poemas de Deus e do Diabo, de José Régio. 

AULA 4 sábado, 26 de outubro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Eugenio de Andrade (1923 - 2005) _ por Mauro Dunder 
Aspectos biográficos relacionados à obra; Traços característicos da lírica de Eugênio de Andrade; Leitura e discussão de poemas. 

11h – 12h40 | Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 - 2004) _ por Vicente Castro Pereira 
Labirintos da casa e caminhos do mar: os espaços da poética de Sophia de Mello Breyner Andresen. A obra de Sophia de Mello Breyner Andresen apresenta, de forma recorrente, imagens ligadas à intimidade doméstica e à vastidão marítima. Uma abordagem articulada entre dois espaços significativos para a autora possibilita a depreensão de temas e figuras centrais de sua produção. 

AULA 5 sábado, 9 de novembro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Jorge de Sena (1919 – 1978) _ por Danilo Bueno 
Panorama da obra poética do escritor português Jorge de Sena (1919-1978). Análise de poemas emblemáticos que permitam a discussão das principais tópicas de sua obra poética, tal qual o testemunho, reação em face do fingimento pessoano. Sugestão de leitura de estudos teóricos que aprofundem o painel. A abordagem crítica aos poemas e ensaios visa estabelecer relações com o contexto histórico e literário, bem como a cultura em geral. 

11h – 12h40 | Ruy Belo (1933 - 1978) _ por Leonardo de Barros Sasaki 
O ano de 1961 na poesia portuguesa: o contexto literário na publicação de Aquele grande rio Eufrates; "Desporto da versificação": as soluções formais de Ruy Belo - o poema longo, o trabalho fônico, palavra prática/palavra poética, etc.; "Administrar a melancolia": o ethos beliano e alguns princípios de poética - o limiar da (im)pessoalidade, o "mudar de assunto", a melancolia e a alegria; "A morte em preparação": o tema obsedante da morte e da passagem do tempo. 

AULA 6 sábado, 23 de novembro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Antonio Pedro (1909 - 1966) _ por Fernando M. Serafim 
António Pedro, poeta do mundo: trânsitos e influxos. O contexto efervescente da época e as novidades estéticas. O dimensionismo, o planismo e a incorporação da velocidade, do movimento e da abolição das fronteiras físicas dos comunicantes da poesia. "Protopoema da serra d'Arga": crônicas de uma Pasárgada. O surrealismo como modo de resistência da identidade. Forma em transe: a interlocução entre o real e o imaginário nas telas e esculturas de António Pedro. 

11h – 12h40 | Mário Cesariny (1923 – 2006) _ por Roberta Ferraz 
Principal agitador e autor do surrealismo em Portugal no anos 50, Mário Cesariny, assim como seus companheiros de geração, experimentaram no corpo e no corpo da escrita o desafio de ‘viver’, ‘praticar’ o surrealismo, em sua busca ativa de uma postura libertária, em plena ditadura salazarista. A literatura neorrealista, engajada na ideologia revolucionária, ia, também, na contramão do espírito absolutamente comprometido com a liberdade plena do indivíduo, agindo fora dos preceitos autoritários. Sopro de ar no coração oprimido da cultura de seu tempo, Cesariny somou à causa surrealista uma literatura de incrível potência estética. 

AULA 7 sábado, 30 de novembro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Herberto Helder (1930) _ por Mariella Augusta Pereira
Herberto Helder e sua fanopeia. O objetivo da aula é apresentar a moderna poesia de Helder que, apesar de parecer situado na ambiência de fragmentação gerada pela modernidade, propõe-se a encontrar a própria poesia, não tomando parte no ocaso dos nossos tempos, mas nos próprios ocasos. 

11h – 12h40 | Al Berto (1948 - 1997) _ por Leonardo de Barros Sasaki 
Regresso ao real?: a poesia portuguesa das décadas de 70 e 80, o discurso quotidiano e afetivo; "Aprendizagem da vida e da escrita": a obra de Al Berto no espaço biográfico - simulações, hibridizações, tensões; "O guardador de ruínas": a realidade e a poesia como (coleção de) sinais; "Ofício do medo": o tema do medo e seus desdobramentos como estruturadores da lírica albertiana, as inquietações da contemporaneidade; 

AULA 8 sábado, 7 de dezembro de 2013 | 9hs às 12h40 

9h – 10h40 | Ana Hatherly (1929) _ por Claudio Daniel 
Ana Hatherly, autora que participou do movimento da Poesia Experimental Portuguesa (PO-EX), realiza uma pesquisa criativa sobre a dimensão visual da escrita, dialogando com os labirintos visuais do barroco português, com os alfabetos de antigas civilizações e com as poéticas da modernidade, em busca de outras possibilidades de comunicação poética. 

11h – 12h40 | Rui Pires Cabral (1967) _ por Charles Marlon 
Uma abordagem sobre a obra de Rui Pires Cabral, situando sua poesia em Portugal, como fazendo parte dos poetas denominados, em tom de elogio, “Sem Qualidades” por Manuel de Freitas, e no mundo, no contexto da Globalização. Breve panorama de sua obra, contextualizando também o aparecimento dos poetas da antologia de 2002, "Os Poetas Sem Qualidades" e de outra antologia, de 10 anos depois (2012), "Nós os desconhecidos", reforçando este caráter "menor" e não menos importante dessa vertente da poesia portuguesa contemporânea. 


BIBLIOGRAFIA GERAL 

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