Programa

 

Aula 1 – Apresentação do curso e introdução ao debate acerca do conceito de juventude 
Data: 16/09/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Apresentação do curso: objetivos, conteúdo, metodologia, bibliografia e demais questões práticas. 
- Discussão introdutória: a juventude como uma construção sócio-histórica e um conceito analítico em constante reformulação. 
 
Leitura sugerida: 
GROPPO, Luis Antônio. Juventude - Ensaios sobre Sociologia e História das Juventudes Modernas. Rio de Janeiro, Difel, 2000. 
SPOSITO, Marilia. O Estado da Arte sobre juventude na pós-graduação brasileira: Educação, Ciências Sociais e Serviço Social. Belo Horizonte, Argumentum, 2009, v.1, p.7-16 (prefácio). 
 
Aula 2 – Socialidades juvenis: tribos, gangues, bandos, galeras e cenas 
Data: 23/09/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Problematizar a consolidação da juventude enquanto temática fundamental nas Ciências Sociais a partir do alcance analítico de categorias comumente empregadas para delimitar formas de socialidades juvenis. 
 
Leitura sugerida: 
ABRAMO, Helena. Cenas juvenis: punks e darks no espetáculo urbano. São Paulo, Scritta, 1994. 
FEIXA, Carles. De jóvenes, bandas y tribus. Antropología de la juventud. Barcelona, Ariel, 2006 [1998]. 
MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2006, 4. ed. 
MAGNANI, José Guilherme Cantor. “Tribos urbanas: metáfora ou categoria?”. In: Cadernos de Campo – Revista dos alunos de pós-graduação em Antropologia. Departamento de Antropologia, FFLCH/USP, n.2, 1992. 
PAIS, José Machado. Culturas Juvenis. Lisboa, Imprensa Nacional, 1996. 
WAGNER, Roy. “Are there social groups in the New Guinea Highlands?”. In LEAF, M.J. (org.). Frontiers of anthropology: an introduction to anthropological thinking. New York, D. Van Nostrand Company, 1974, p.95-122. 
 
Aula 3 – Juventude: gênero e sexualidade em questão 
Data: 30/09/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Analisar, na interface entre as questões de gênero, sexualidade e juventude, aspectos relacionados à diferença e estigmatização de certas práticas observadas em espaços urbanos. 
 
Leitura sugerida: 
HEILBORN, Maria Luiza. “Experiência da sexualidade, reprodução e trajetórias biográficas juvenis”. In: HEILBORN, Maria Luiza et al (orgs.). O aprendizado da sexualidade: reprodução e trajetórias sociais de jovens brasileiros. Rio de Janeiro, Garamond, 2006. p. 30-58. 
NEWTON, Esther. Mother Camp: female impersonators in América. Chicago: The University of Chicago Press, 1972. Ler Prefácio (p. XV) e Capítulo 2 - The “Queens” (p.20 a 40). 
PUCCINELLI, Bruno. Se essa rua fosse minha: sexualidade e apropriação do espaço na rua “gay” de São Paulo. Dissertação de Mestrado (Ciências Sociais - Unifesp), 2013. Ler capítulo 4 - Se essa rua fosse minha: percursos etnográficos na Frei Caneca, sub-capítulos 4.2 a 4.4 (p. 132 a 161). 
SIMÕES, Júlio Assis; FRANÇA, Isadora Lins & MACEDO, Marcio. “Jeitos de corpo: cor/raça, gênero, sexualidade e sociabilidade juvenil no centro de São Paulo.” In Cadernos Pagu 35, jul-dez de 2010, p. 37-78. 
 
 
 
 
Aula 4 – Religião, juventude e espaços públicos 
Data: 07/10/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Abordar práticas e experiências juvenis através da discussão de etnografias focadas em processos que perpassam vivências religiosas em contextos urbanos. 
 
Leitura sugerida: 
 
ALVIM SILVA, Nayara. Vivendo como São Francisco de Assis: um estudo etnográfico sobre a Fraternidade Católica Toca de Assis. Dissertação de mestrado em Antropologia, UFMG, 2013. 
NOVAES, Regina. “Juventude e Políticas Públicas: o que há de novo?”. In: Juventude.br. São Paulo, vol 1, ano 1, p. 55-56, 2006. 
_____. “Juventude, religião e espaço público: exemplos ‘bons para pensar’ tempos e sinais”. In: Religião & Sociedade (Impresso), v. 32, p. 184-208, 2012.
 
Aula 5 – A cidade em jogo: juventude e práticas esportivas 
Data: 14/10/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Analisar os usos e as apropriações citadinas dos espaços urbanos a partir do exercício de certas práticas esportivas juvenis. 
 
Leitura sugerida: 
MACHADO, Giancarlo Marques Carraro. De “carrinho” pela cidade: a prática do skate em São Paulo. São Paulo: Editora Intermeios / FAPESP, 2014. 
SPAGGIARI, Enrico. Família joga bola: constituição de jovens futebolistas na várzea paulistana. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade de São Paulo, 2014. 
TOLEDO, Luiz Henrique. “POSFÁCIO - corporalidade e festa na metrópole”. In: MAGNANI, José Guilherme Magnani; MANTESE, Bruna (orgs.). Jovens na Metrópole: etnografia de circuitos de lazer, encontro e sociabilidade. 1. ed. São Paulo: Terceiro Nome, 2007, v. 1, p. 265-266. 
 
Trabalho de campo – Incursão etnográfica ao Parque Ibirapuera* 
Data: 17/10/2015 
Profs. responsáveis: Prof. Dr. José Guilherme Cantor Magnani, Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
* atividade não obrigatória 
 
Leitura sugerida: 
MAGNANI, José Guilherme C. “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, vol.17, n° 49, 2002, p. 11-29. 
_____. “Etnografia como prática e experiência”. In: Horizontes Antropológicos, vol.15, n.32, 2009, p.129-156. 
 
Aula 6 – Jovens na metrópole: circuitos de lazer, encontro e sociabilidade 
Data: 21/10/2015 
Prof. responsável: Prof. Dr. José Guilherme Cantor Magnani 
 
- Analisar e compreender as formas de sociabilidade, trajetos, relações de troca e modalidades de apropriação do espaço urbano, que envolvem os circuitos de jovens na metrópole paulistana. 
 
Leitura sugerida: 
MAGNANI, José Guilherme C.; SOUZA, Bruna Mantese (orgs.). Jovens na metrópole: etnografias de circuitos de lazer, encontro e sociabilidade. São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2007. 
 
Aula 7 – Relações étnico-raciais e juventude 
Data: 04/11/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Objetiva-se compreender como certas categorias – como “juventude negra”– emergiram no cenário urbano e têm norteado o debate tanto político quanto acadêmico em torno desse grupo social. Ressaltam-se, nesse contexto, as reflexões antropológicas sobre violência, racismo e políticas de ação afirmativa com recorte étnico-racial. 
 
Leitura sugerida: 
 
BENTO, M. A. S & BEGHIN, N. Juventude negra e exclusão radical. Ipea, 11 de agosto de 2005. 
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte, Autêntica, 2004. 
RAMOS, P. C.; MORAIS, D. S. “A emergência da juventude negra como ator da construção democrática brasileira nos anos 2000”. In: XXVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALAS, 2011, Recife. Anais do XXVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALAS, 2011. 
WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência: os jovens do Brasil. UNESCO. Brasil. 2014 
 
Aula 8 – Juventude no contexto escolar 
Data: 11/11/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Com base em estudos etnográficos realizados na interface com uma antropologia da educação, vislumbra-se compreender como as instituições de ensino configuram-se em expressivos espaços de sociabilidade e de experiências juvenis nas periferias paulistanas. 
 
Leitura sugerida: 
PEREIRA, Alexandre Barbosa. De rolê pela cidade: os pixadores em São Paulo. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 2005. 
_____. “Aprendendo a ser jovem: a escola como espaço de sociabilidade juvenil”. In: XIII Congresso Brasileiro de Sociologia, 2007, Recife/PE. 
_____. “A maior zoeira”: experiências juvenis na periferia de São Paulo. Tese de doutorado (Antropologia Social). São Paulo, Universidade de São Paulo. 2010. 
 
Aula 9 – Cenas juvenis: produção musical e performance 
Data: 18/11/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Essa aula abordará o tema das cenas juvenis, apresentando um conjunto de reflexões a respeito de arranjos coletivos ligados à produção musical. Serão levantadas questões relacionadas à condição juvenil e suas formas de ocupação e ação urbanas a partir da análise de diferentes performances e sonoridades. 
 
Leitura sugerida: 
MORAES, Lucas Lopes. Hordas do Metal Negro: Guerra e Aliança na cena Black Metal paulista. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 2014. 
 
Objetivo: Essa aula abordará o tema das cenas juvenis, apresentando um conjunto de reflexões a respeito de arranjos coletivos ligados à produção musical. Serão levantadas questões relacionadas à condição juvenil e suas formas de ocupação e ação urbanas a partir da análise de diferentes performances e sonoridades. 
 
Leituras sugeridas: 
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. Música para matar o tempo: intervalo, suspensão e imersão. Mana, Nº 12 (1): 151-178, 2006. 
JANOTTI JUNIOR, J. S. Are you experience? Experiência e mediatização nas cenas musicais. Contemporânea (UFBA. Online), v. 10, p. 1, 2012. 
MORAES, Lucas Lopes. Hordas do Metal Negro: Guerra e Aliança na cena Black Metal paulista. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - FFLCH, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. 
PEREIRA, Alexandre Barbosa. Funk Ostentação em São Paulo: Imaginação, consumo e novas tecnologias da informação e da comunicação. Revista de Estudos Culturais: Dossiê sobre Cultura Popular Urbana (USP), v.1, p.1, 2014, s/p. 
 
Aula 10 – Conclusão: afinal, a juventude é apenas uma palavra? 
Data: 25/11/2015 
Profs. responsáveis: Dr. Enrico Spaggiari, Ms. Giancarlo M. C. Machado, Ms. Lucas L. Moraes e Ms. Rosenilton S. de Oliveira. 
 
- Pretende-se analisar o modo como a temática juventude tem sido enfrentada e administrada pelas políticas públicas, problematizando suas duas concepções dominantes: uma centrada na ideia da juventude como um período problemático, com o jovem estigmatizado ora como violento e desviante, ora como vítima; e outra focada na juventude transição para a vida adulta e o jovem como adulto em potencial, com capacidade para gerar mudanças sociais. 
- A última aula terá ainda um balanço final do curso, com a retomada das principais discussões realizadas. Os alunos e alunas entregarão os trabalhos para avaliação (relato de campo ou resenha bibliográfica). 
 
Leitura sugerida: 
ABRAMO, Helena W. “Considerações sobre a tematização social da juventude”. In: Revista Brasileira de Educação, n. 5-6. São Paulo, 1997.p.25-36. 
BOURDIEU, Pierre. “A juventude é apenas uma palavra”. In: BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983. 
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. A música e o risco. São Paulo, EDUSP, 2006. 
ZALUAR, Alba. Cidadãos não vão ao paraíso. Campinas, Ed. UNICAMP, 1994. 
 
Sugestão de bibliografia complementar 
 
ABRAMO, H.; FREITAS, M; SPOSITO, M. P. (orgs.) Juventude em debate. São Paulo, Cortez, 2000. 
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro, LTC, 2006. 
BARROS, Myriam Moraes Lins de. “Trajetórias de jovens adultos: ciclo de vida e mobilidade social”. In: Horizontes Antropológicos. vol. 16, n.34, 2010. pp. 71-92. 
BECKER, Howard. Outsiders – Estudos de Sociologia do Desvio. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, 2008. 
BORELLI, Silvia & FREIRE FILHO, João (orgs). Culturas juvenis no século XXI. São Paulo, EDUC, 2008. 
CARRANO, Paulo César Rodrigues. Os jovens e a cidade: identidades e práticas culturais em Angra de tantos reis e rainhas. Rio de Janeiro: Relume Dumará, FAPERJ, 2002. 
COSTA, Márcia Regina da. Os carecas do subúrbio: caminhos de um Nomadismo Moderno. São Paulo: Editora Musa, 2000. 
DEBERT, Guita Grim. “As classificações etárias e a juventude como estilo de vida”. In: A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo, Edusp, Fapesp, 1999, p. 39-69. 
_____. “A antropologia e o estudo dos grupos e das categorias de idade”. In: BARROS, Myriam Moraes Lins (org.) Velhice ou Terceira Idade? Estudos antropológicos sobre identidade, memória e política. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1998. 
DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis, Editora Vozes, 2009, 16° ed. 
FOOTE-WHYTE, William. Sociedade de Esquina. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2005. 
FORTES, Rafael. “Os anos 80, a juventude e os esportes radicais”. In: DEL PRIORE, Mary; MELO, Victor Andrade (orgs.). História do Esporte no Brasil. São Paulo, Editora UNESP, 2009, p. 417-451. 
FRÚGOLI JR, Heitor. Sociabilidade urbana. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2007. 
GROPPO, Luís Antonio. Juventude: ensaios sobre Sociologia e História das Juventudes Modernas. Rio de Janeiro, Difel, 2000. 
_____. “Condição juvenil e modelos Contemporâneos de análises sociológica da juventude”. In: Ultima década, dez 2010, vol.18, n.33, p.11-26. 
LE BRETON, David. Condutas de risco: dos jogos de morte ao jogo de viver. Campinas, Autores Associados, 2009. 
PAIS, José Machado. (1990), “A construção sociológica da juventude - alguns contributos”. Análise Social, vol. 25, nº 105-106, pp. 139-165. 
_____. “Buscas de si: expressividades e identidades juvenis”. In: ALMEIDA, M. I. M.; EUGENIO, F. Culturas juvenis: novos mapas do afeto. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2006, p. 7-21. 
SPOSITO, M. P. “A Sociabilidade Juvenil e a Rua: novos conflitos e a ação coletiva na cidade”. In: Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, São Paulo, v. 5, n° 1-2, 1994. 
VIANNA, Hermano. O mundo funk carioca. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1988.