Programa

Dia da semana

Período

Terça-feira

09:00 às 13:00

 

Carga Horária Ministrada

Aulas Teóricas em Sala de Aula:

28:00 hs

Aulas Práticas ou de Campo:

0 hs

Seminários:

2:00 hs

Total Ministrado:

30:00 hs

Detalhamento:

Ementa: Partindo dos marcos teóricos necessários para compreender o raciocínio da geo-história e seus conceitos, o curso visa oferecer aos alunos um primeiro contato com linhagens teóricas que têm se tornado comuns em análises críticas das questões ambientais, da economia e da cultura ou da psicoesfera da modernidade, incorporando formulações do marxismo, mas sem nele se fundir. A geo história oferece uma abordagem ecológica para alguns, ou apenas espacial para outros, capaz de oferecer uma perspectiva crítica dos processos de subalternização dos países periféricos e sua inserção na economia mundo/mundial, sem necessariamente mobilizar os mesmos paradigmas das lutas de classe. Assim, ela tem servido de base, seja pelos estudos subalternos e descoloniais, seja pelos novos estudos sociais da economia política, tornando-se uma das visões totais ou holísticas que mobilizam uma história global e apta ao entendimento dos atuais processos mundiais. A geo-história recoloca os processos no seio de questionamentos de longo alcance e oferece um excelente ponto de compreensão para problemáticas globais, como a mundialização e a pressão por recursos ambientais, a constituição territorial do Brasil, suas relações internacionais e pode contribuir com os alunos para recolocar seus problemas de pesquisa em problemáticas de longo alcance. 

Calendário e bibliografia 

Aula 1: A mundialização e a epistemologia da geo-história 

Estrutura da aula: 1. Discussão do programa; 2. O que é a mundialização?; 3. Epistemologia da geo-história; 4. Os modelos gerais da geo-história da mundialização. 
Bibliografia básica: BRAUDEL, Fernand. Geo-história: a sociedade, o espaço e o tempo. História, ciência, saúde, Manguinhos. V. 22, abr.-jun., 2015, pp. 605-639. 
LIRA, Larissa Alves de. O Mediterrâneo de Vidal de la Blache. São Paulo: Alameda, 2013, cap. 3, pp. 91-140. 
Bibliografia complementar: GRATALOUP, Christian. Géohistoire de la mondialisation. Paris: Armand Colin, 2009, Introduction: Le temps du Monde, pp. 13-20. 

Aula 2: A inserção do Brasil no Sistema Terra 

Estrutura da aula: 1. A tropicalidade como fenômeno natural; 2- A tropicalidade como resposta social imediata ao meio; 3- A tropicalidade como permanência do natural sobre o social; 4- A tropicalidade pode ser superada? 
Bibliografia básica: VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Os gêneros de vida na geografia humana [primeiro artigo]. In: HAESBAERT, Rogério; PEREIRA, Sérgio Nunes; RIBEIRO, Guilherme. Vidal, vidais. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012, cap. 7, pp. 131-158 
VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Os gêneros de vida na geografia humana [segundo artigo]. In: HAESBAERT, Rogério; PEREIRA, Sérgio Nunes; RIBEIRO, Guilherme. Vidal, vidais. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012, cap. 8, pp. 159-180. 

Aula 3: A inserção do Brasil da economia-mundo 

Estrutura da aula: 1. O que é a economia-mundo?; 2- A formação da economia-mundo moderna; 3- A entrada das Américas na economia-mundo. 
Bibliografia básica: BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 1998, introdução e prefácio, pp. 11-18. 
WALLERSTEIN, Immanuel. Capitalism, agriculture and the origins of the European World-Economy in the Sixteenth Century [vol. 1]. Berkeley, Los Angeles, London: Univeristy of California Press, 2001, cap. 2, pp. 66-129. 
Bibliografia complementar: BRAUDEL, Fernand. A dinâmica do capitalismo. Rio de Janeiro: ROCCO, 1987. 

Aula 4: A inserção do Brasil na economia mundial 

Estrutura da aula: 1. Qual paradigma geográfico para análise geo-histórica da economia mundial?; 2- A Europa e a saída do mundo malthusiano; 3- O capitalismo europeu e o Novo Mundo 
Bibliografia básica: POMMERANZ, Kenneth. A Grande divergência: a China, a Europa e a construção da economia mundial moderna. Lisboa: Edições 70, 2000. cap. 6, pp. 441-493. 
Bibliografia complementar: MEDEIROS, Felipe. Proto-indústria ajudou na industrialização moderna? A teoria e suas críticas. Artigo para ANPOCS (disponível na internet). 

Aula 5: A inserção do Brasil na economia contemporânea 

Estrutura da aula: 1. Os ciclos sistêmicos de acumulação; 2. Novas estruturas sociais da economia mundial pós-primeira guerra batidas sob novas dependências geográficas; 3. O Brasil e as novas estruturas do capitalismo. 
Bibliografia básica: ARRIGHI, G. O Longo século XX: Dinheiro, poder e as origens do nosso tempo. São Paulo: Unesp, 1996, capítulo 4, pp. 247-335. 
SINGER, Paul. “Evolução da Economia e Vinculação Internacional”. In: I. Sachs, J. Wilheim & P. S. Pinheiro [orgs.] Brasil: um século de transformações. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 

Aula 6: O subdesenvolvimento e o desenvolvimento brasileiro na geo-história da mundialização. 

Estrutura da aula: 1. Geografia do subdesenvolvimento; 2. Geografia do desenvolvimento. 
Bibliografia básica: LEFF, Nathaniel H. Subdesenvolvimento e desenvolvimento no Brasil. Rio de Janeiro: Expressão e cultura, 1991, cap. 1 (Introdução) e cap. 2 (visão geral), pp. 1-31. 
LIRA, Larissa Alves de. Pierre Monbeig e a formação da geografia brasileira. Tese de doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, cap. 6 e 7. 

Aula 07: A geo-história do Brasil: como pensar sua inserção na mundialização? 

Estrutura da aula: 1. Geo-história do Brasil pré-industrial; 2. Geo-história da formação do Brasil moderno; 3. Geo-história do Brasil contemporâneo. 
Bibliografia básica: LIMA, Luís Corrêa. Fernand Braudel e o Brasil: Vivência e Brasilianismo (1935-1945). São Paulo: EDUSP, capítulo O Brasil de Fernand Braudel (6 ou 7, a conferir). 
MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1984. Livro II, pp. 127-208. 
BECKER, Bertha; EGLER, Cláudio. Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993, cap. 3, pp. 89-122.