História dos Bairros Periféricos e Operários da Zona Leste de São Paulo

O debate em torno das histórias e memórias dos bairros de São Paulo tem se revestido de grande relevância social haja vista eventos como as Jornadas do Patrimônio do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da prefeitura de São Paulo que, em 2019, reuniram milhares de pessoas a partir do trabalho de coletivos e grupos culturais que estudam, divulgam e discutem as memórias de diversos bairros da cidade de São Paulo. É, também, grande mote de associações e movimentos sociais locais diversos que fortalecem suas identidades e lutas a partir da afirmação da riqueza de suas ações e elaborações para a história da cidade. O tema das cidades aparece como importante eixo dos currículos das redes municipal da cidade de São Paulo e do Estado de São Paulo como um todo. Multiplicam-se os projetos pedagógicos que fomentam o interesse de estudantes por áreas do conhecimento como história e geografia, por meio de atividades que exploram a história dos bairros em que vivem. Soma-se a isso a profícua produção acadêmica e cultural dos últimos anos sobre os bairros de São Paulo. Temos, portanto, o cenário ideal no qual se torna essencial o contato de professores, agentes culturais e comunitários não só com essas produções, como também com os estudos clássicos do tema como a série "História dos Bairros de São Paulo" do DPH, publicada a partir dos anos de 1980, além de pesquisas da história social do trabalho como as realizadas ao longo dos anos de 1980 e 1990, sobre a agência das classes trabalhadoras como construtoras dos espaços urbanos de São Paulo. No caso desse curso o foco principal serão os territórios da zona leste de São Paulo como Mooca, Itaquera, São Miguel, Itaim Paulista, Guaianases e São Mateus, na diversidade de suas formações urbanas e de interações das classes trabalhadoras de cada território, que tiveram seus processos de urbanização acelerados pela industrialização e imigração principalmente a partir dos anos de 1940.