Programa

Ementa
O GREAT – Grupo de Estudos de Adaptação e Tradução/ CAPES/ USP, vinculado ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Letras Modernas da USP vem desenvolvendo uma importante atividade de pesquisa nos Estudos de Tradução e Estudos de Adaptação e sua relação com a teoria, o pensamento crítico e a práxis. Nos últimos anos, organizou congressos internacionais, e realizou três edições bienais da JOTA – Jornada de Estudos de Tradução e Adaptação, sendo a mais recente na Casa de Cultura Japonesa (USP), nos dias 13 e 14 de novembro do corrente.
 
As disciplinas oferecidas no curso  Tradução e Adaptação comentadas: estudos de caso nas áreas de artes e humanidades serão oferecidas pelos pesquisadores membros do GREAT e por professores convidados pelo projeto. Terão lugar na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. As 12 aulas abordarão teoria e estudos de caso em diversas especificidades dos Estudos da Tradução e da Adaptação tais como ópera, teatro, radionovela, música, cinema, libras, legenda, diversidade, polissemia e historiografia. As zonas fronteiriças entre a tradução e a adaptação estão na pauta que pretende promover debates e fomentar pesquisas de ponta na área.
 
Referência bibliográfica básica
FREITAS, R.C. e MILTON, J., orgs. Adaptação: Pesquisas do GREAT. São Paulo: Paulistana, 2017. Disponível em: https://issuu.com/renatacdef/docs/adapta____o_-_pesquisas_do_great__l
HUTCHEON, L. Uma teoria da adaptação. Tradução André Cechinel. Florianópolis: Editora UFSC, 2013.
SANDERS, J. Adaptation and Appropriation. London and New York: Routledge Taylor & Francis Group, 2006.
 
Programa:
 
Aula 1 (03. fevereiro) Apresentação do programa; Conteúdo teórico introdutório; 
Teoria da Tradução e da Adaptação 
Ministrante: Prof. Dr. John Milton
 
Resumo
Breve apresentação sobre os Estudos da Adaptação e comparação com Estudos da Tradução. Exibição de versões de Othello, suscitando comentários sobre os vários tipos de adaptação dos participantes, introduzindo vários conceitos como fidelidade, adaptações criativas, e imitações. A ideia é abrir espaço para a compreensão das várias possibilidades da adaptação.
Exibição comentada e debate sobre trechos das seguintes adaptações de Othello: Othelllo, de Kenneth Branagh (1995), Omkara, de Vishal Bhardwaj (2006) “O” de Tim Blake Nelson (1999/2001), Otelo da Mangueira de Gustavo Gasparani (2005), Desdemona, a Play about a Handkerchief, Paula Vogel (1987).
 
Referências
FISCHLIN, D.; FORTIER, M. Adaptations of Shakespeare: A Critical Anthology of Plays from the 17th Century to the Present. London: Routledge, 2000.
Indicações de consulta
 
Aula 2 (04. fevereiro) Adaptação – Teoria na prática;
Ministrante: Profa. Dra. Renata Cazarini Freitas
 
Resumo
O mito de Édipo remonta à Grécia arcaica (750-480 a.C.), antecedendo, na tradição mitológica, em duas gerações a famosa guerra de Troia retratada na Ilíada, poema épico de Homero. O Édipo arcaico é um herói que merece ser homenageado em sua morte com jogos fúnebres (Ilíada 23.678-680). Mas é o Édipo da Grécia clássica (480-320 a.C.), o da tragédia canônica de Sófocles Édipo Tirano (ou Édipo Rei), que domina o imaginário ocidental. O Édipo clássico é parricida e incestuoso, cego pelas próprias mãos, que se exila de Tebas para salvar a cidade da peste, depois de tê-la livrado da monstruosa Esfinge ao decifrar o famoso enigma cuja resposta é “O homem”. 
A persistência do mito de Édipo no ambiente cultural passa por atualizações: traduções e adaptações de natureza diversa. Inevitável pensar no complexo de Édipo, conceito psicanalítico proposto por Sigmund Freud no princípio do século XX. No campo das artes, a cadeia de transmissão é incomensurável. Esta aula vai abordar algumas das referências inevitáveis no teatro e no cinema: a tragédia ática de Sófocles, a tragédia romana de Sêneca e os filmes de Pier Paolo Pasolini (Édipo Rei) e de Denis Villeneuve (Incêndios).
 
Referências
Gravação de entrevista com professores da USP (Adriane Duarte), Unicamp (Flávio Ribeiro), Unifesp (Lúcia Rocha).  Duração: 56 minutos.  Disponível em: http://oestadodaarte.com.br/edipo/
ALC NTARA, P. H. Édipo Rei: Considerações sobre a versão de Pasolini para a obra de Sófocles. Dossiê Cinema e Audiovisual: entre o sensível e o reflexivo. Arquivos do CMD, Volume 3, N. 1. Jan/Jul 2015.
BAKOGIANNI, A. O que há de tão clássico na recepção dos clássicos? – Teorias, metodologias e perspectivas futuras. Codex – Revista de Estudos Clássicos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, 2016, pp. 114-131.
FREITAS, Renata Cazarini de. “Incêndios”, Uma Voz Atual dos Séculos Antigos. In: FREITAS, R.C. e MILTON, J., orgs. Adaptação: Pesquisas do GREAT. São Paulo: Paulistana, 2017.
SÓFOCLES. Édipo Tirano. Tradução de Leonardo Antunes. São Paulo: Cotovia, 2018.
 
Aula 3 (05. fevereiro) Teoria e prática da Tradução; Execícios; e
Os dialetos (não) presentes na tradução de obras literárias
Ministrantes: Profa. Dra. Cláudia Martins
Profa. Dra. Vera Ramos
 
Resumo (Parte I. Profa. Cláudia Martins)
A aula tratará de dois importantes tópicos referentes à tradução literária – a polissemia e as variantes dialetais. Na parte referente à polissemia, veremos a definição do termo e sua importância na formação de jogos de palavras. Estudaremos, com exemplos, as técnicas apresentadas por Delabastita (1996) para a tradução de jogos de palavras. A parte dedicada às variantes dialetais apresentará algumas referências bibliográficas sobre o assunto (Lane-Mercier, Bratt, entre outros) e em seguida será feita a análise de alguns trechos de obras literárias em que são encontradas variantes dialetais. As obras abrangem desde o século XIX até os dias atuais, em inglês, francês, italiano e alemão, bem como uma tradução do português para o alemão, de modo que possamos discutir algumas das possíveis estratégias usadas durante o processo de tradução com base em um estudo comparativo das características do texto fonte, da língua em que ele foi escrito, e da língua do texto de chegada – o português.
 
Referências
ATTRIDGE, D. Desfazendo as Palavras-Valise ou Quem Tem Medo de Finnegans Wake? In: NESTROVSKI, Arthur. (Org.). riverrun. Ensaios sobre James Joyce. Rio de Janeiro: Imago, 1992.
BALLARD, M. Wordplay and the Didactics of Translation. In: DELABASTITA, D. (ed). Wordplay & Translation: Special Issue of The Translator 2(2). Manchester: St. Jerome, 1996, pp. 333-346.
BRETT, D. Eye Dialect. Translating the Untranslatable. In: Lost in Translation. Testi e culture allo specchio. Annali della Facoltà. Vol. 6 Sassari, 2009. Disponívelem http://www.uniss.it/lingue/annali_file/vol_6/4_Brett_Lost.pdf.
CARROLL, L. Through the Looking-Glass and What Alice Found There. London: Macmillan & Co., 1872.
______. Através do espelho e o que Alice encontrou lá.  Tradução e organização de Sebastião Uchôa Leite. São Paulo: Summus, 1980.
DELABASTITA, D. (ed). Wordplay & Translation: Special Issue of The Translator 2(2). Manchester: St. Jerome, 1996, pp. 127-139.
LANE-MERCIER, G. Translating the untranslatable: the translator’s aesthetic,ideological and political responsibility. Target, v. 9, n. 1, p. 43-68, 1997.
 
Resumo (Parte II. Profa. Dra. Vera Ramos)
Esta aula tem por objetivo levar os alunos a traduzirem trechos de obras literárias clássicas e populares a partir da língua inglesa que fazem uso de dialetos. Para tanto, primeiro, serão discutidos alguns exemplos de tradutores que não fizeram uso de dialetos em suas traduções, assim como de alguns que optaram por empregá-los. Nessa breve análise, a contextualização das obras se faz necessária para o entendimento das opções dos tradutores, assim como prepara o terreno para que os alunos empreguem seus conhecimentos e escolhas na tradução dos trechos selecionados.
 
Referências
IVES, S. A Theory of Literary Dialect. Tulane studies in English, New Orleans, v.2, p. 137-182, 1950. 
LANE-MERCIER, G. Translating the untranslatable: the translator’s aesthetic, ideological and political responsibility. Target, Amsterdam,v. 9, n. 1, p. 43-68, 1997.
MILTON, J. O clube do livro e a tradução. Bauru: EDUSC, 2002.
PRETI, Dino. Sociolingüística: Os níveis de fala. 4ª.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1982, v. 6
TWAIN, Mark. The Adventures of Huckleberry Finn. London: Penguin Popular Classics, 1994.
_____. As Aventuras de Huckleberry Finn. Tradução de Sergio Flaksman. 2ª.  ed. São Paulo: Editora Ática, 1997
_____. Aventuras de Huck. Tradução de Monteiro Lobato. 9ª. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1977.  
 
Aula 4 (06. fevereiro) Tradução, Adaptação e Música;
Ministrantes: Profa. Dra. Cláudia Dornbusch e Profa. Me. Julieta Wiedman
 
Resumo (Parte I. Profa. Claudia Dornbusch)
Pretende-se aqui mostrar diferentes vertentes da música em contextos de tradução e/ou adaptação: do texto para a música; do texto para a música e para a imagem; da música para a imagem; do texto para a imagem e o som. Nessas traduções intersemióticas (entre texto escrito, composição musical, imagem animada), destacam-se diferentes funções da música, entre a narrativa, a ilustrativa, a atmosférica, entre outras.
Para ilustrarmos as vertentes acima, utilizaremos exemplos de várias épocas e suportes, a começar com as Cantatas de Johann Sebastian Bach, passando por Goethe e Disney, visitando Thomas Mann, Luchino Visconti e Gustav Mahler em Morte em Veneza.
 
Referências
BAPTISTA, A. Funções da Música no Cinema. Contribuições para a elaboração de estratégias composicionais.  Dissertação de mestrado, UFMG, Escola de Música, 2007. Nietzsche, F. Assim Falou Zaratustra. In Nietzsche, Fiedrich. Obras Incompletas. Seleção de textos de Gérard Lebrun; tradução e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho; posfácio Antonio Candido – 3ª ed. – São Paulo: Abril Cultural, 1983. [Série Os Pensadores] – pp.261-265.
SADIE, Stanley (ed.) Dicionário Grove de Música; tradução de Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido. Uma outra história das músicas.  3ª ed. São Paulo, Cia das Letras, 2017.  
 
Indicações de consulta
Divulgação tradução da obra sobre as cantatas de Bach:
 
Literatura Fundamental UNIVESP – Morte em Veneza:
 
Sinfonia nº3 de Gustav Mahler, 4º movimento: “O que me dizem os homens”
 
Resumo (Parte II. Profa. Julieta Wiedman)
Definindo Adaptação como sendo, principalmente, o processo e o produto da transposição intermídia, neste trabalho, analisamos várias adaptações de Cavalleria Rusticana sob o vértice da Adaptação (área de interesse dos Estudos da Tradução), usando principalmente o referencial de Linda Hutcheon (2006). Cavalleria Rusticana é um conto do Verismo italiano, escola marcada pelo realismo, por vezes sórdido e violento, escrito em 1880 por Giovanni Verga, foi adaptado pelo próprio autor, em 1884, para peça teatral. Pietro Mascagni, jovem músico, desconhecido, compôs a ópera, homônima, com libreto de Giovanni Targioni-Tozzetti e Guido Menasci, adaptado da peça teatral. A ópera Cavalleria Rusticana foi encenada, pela primeira vez, em Roma, em 1890, com enorme sucesso e, desde então, tem sido apresentada, gravada e filmada inúmeras vezes, na íntegra e em partes. Comparamos o conto com a peça teatral e esta com a ópera e descrevemos algumas das características especiais, em cada um dos três mídia. O trabalho também apresenta as adaptações fílmicas mais importantes, pois a filmografia de Cavalleria Rusticana acompanha a história do cinema, desde os primeiros filmes mudos até hoje.
 
Referências
CORRIGAN, T. Literature on screen, a history, 2007, Cambridge University Press
MASCAGNI, P. Cavalleria Rusticana. Ópera.
MCFARLANE, B. da Monash University, na Austrália, Reading film and literature, 2007, Cambridge University Press
VERGA, G. Cavalleria Rusticana, Vita dei Campi 1880
VERGA, G. Cavalleria Rusticana. Teatro 1884
 
Aula 5 (07. fevereiro) Estudos de caso: Adaptação e tradução para o teatro;
Ministrantes: Prof. Augusto dos Santos
Profa. Me. Érika Bodstein
Profa. Me. Gisele Freire
Profa. Me. Valéria Marchi
 
Resumo (Partes I e II. Prof. Augusto dos Santos e Profa. Me. Gisele Freire)
Essa aula pretende jogar luz sobre o processo de (re)criação da tradução de um texto teatral por meio da prática de tradução de cenas retiradas de peças do autor Tennessee Williams. A partir da prática de tradução feita na sala de aula com os alunos, eles serão convidados a perceber aspectos importantes ligados a tradução teatral, como público alvo e a embocadura do texto. Com base na bibliografia da aula os alunos terão acesso à práxis de tradução teatral possíveis de serem realizadas para que o texto teatral atinja seu objetivo: a verticalização no palco, sem resquícios de um texto escrito no papel.
 
 
Referências
AALTONEN, S. Retranslation In: The Finnish Theatre. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v.1. n. 11, p.141-159, 2003. ISSN 2175-7968. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/6180&gt;.
CAMPOS, H. Da transcriação poética e semiótica da operação tradutora. Viva Voz. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2011. Disponível em: <https://www.scribd.com/document/106465199/Haroldo-de-Campos-Da-transcri…;.
FREIRE, G. A. Um Texto Que “Cabe Na Boca Do Ator”: Descrição do Processo Tradutório das Peças em Um Ato de Tennessee Williams Realizado Pelo Grupo Tapa. Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de mestre em Letras.
 
Resumo (Parte III. Profa. Me. Érika Bodstein)
O estudo será feito a partir de exemplos de processos de adaptações de obras dramatúrgicas para o teatro, realizadas pela companhia francesa Théâtre du Soleil, sob direção de Ariane Mnouchkine, com foco especial em Macbeth comme elle est jouée au Théâtre du Soleil (2014) cotejando-a com outras adaptações feitas pela companhia para a trilogia Les Shakespeare (1981-1984), que levou ao palco Richard II (Ricardo II, 1982), La nuit des rois (Noite de Reis, 1982) e Henri IV (Henrique IV. Primeira Parte, 1984). Essas encenações inspiraram outras, algumas realizadas no Brasil, por exemplo Macbeth pelo Teatro Amok, sob direção de Stephane Brodt (2004), e Hamlet-ex-máquina, pelo 42 Coletivo Teatral, sob direção de Érika Bodstein (2017).
 
Referências
BODSTEIN, E. Macbeth, segundo o Théâtre du Soleil: e a banalidade do humano no mundo contemporâneo. Dissertação (Mestrado em Letras). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
PICON-VALLIN, B., MNOUCHKINE, A. Ariane Mnouchkine. Introdução, escolha e apresentação dos textos por Béatrice Picon-Vallin. São Paulo: Rio Corrente, 2011.
______. O Théâtre du Soleil: Os Primeiros Cinquenta Anos. Trad. J. Guinsburg, Gita K. Guinsburg - 1.ed. São Paulo: Perspectiva/ Edições SESC São Paulo, 2017.
Indicações de consulta
Documentário sobre Ariane Mnouchkine e o Théâtre du Soleil
 
Entrevista sobre Hamlet-ex-máquina
 
Trechos do espetáculo dirigido por Stephane Brodt
 
Resumo (Parte IV. Profa. Me. Valéria Marchi)
Com foco na produção dramatúrgica contemporânea, e a partir de alguns exemplos, o curso procura abordar e discutir a questão das adaptações de obras literárias e/ou dramatúrgicas, que ao longo do tempo e das sociedades recebem novas leituras, parâmetros, e necessariamente precisam se transformar, por vezes estruturalmente, para que o dialogo e a reflexão com a sociedade contemporânea, que é a própria função e essência do teatro, possa acontecer.
 
Referências
BRAH, A. Diferença, diversidade, diferenciação. In: Cadernos pagu, 26, 2006.
GONZALES , L. Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, pp. 223-244.
BUTLER, J. Problemas de Gênero. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. 2003
_____. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’. In: LOURO, G.L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte, Ed. Autêntica, 1999.
HARAWAY, D. ‘Gênero’ para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra, cadernos pagu, 22, 2004.
 
Aula 6 (10. fevereiro) Estudos da Tradução/ Adaptação: introdução e metodologia
em pesquisa historiográfica;
Ministrante: Profa. Dra. Silvia Cobelo
 
Resumo
Após um panorama histórico sobre os Estudos da Tradução; Holmes e posicionamento da historiografia dentro do Estudos Descritivos; teremos debates sobre os conceitos de Tradução, Adaptação e Apropriação e suas polêmicas definições; os estudos de Toury, pseudotraduções. O aluno recebe uma visão histórica da tradução e sua importância na formação e enriquecimento de línguas e culturas, da ciência. Discutimos os conceitos de fama literária e manipulação (Lefevere); estrangeirização e domesticação (Venuti, Koskinen); arqueologia da tradução (Pym) e suas listas e catálogos, história dos reescritores; Paratextos (Genette); ‘fábrica’ de tradução (Milton); retradução (Gürçağlar); agentes (Bandia e Milton). São analisados estudos de pesquisadores brasileiros, com os quais os alunos poderão aprender a lidar com as constrições (e algumas vantagens) ao fazer esse tipo de pesquisa no país. 
Mostramos o emaranhado de relações no mundo editorial; o uso da pesquisa histórica para contextualizar o objeto de pesquisa e até poder interpretar os resultados da investigação bibliográfica e respostas das entrevistas. O aluno aprende a elaborar uma entrevista, desde a pesquisa prévia para poder fazer o roteiro de perguntas, até como abordar os entrevistados e como utilizar os resultados obtidos.
A classe tem dois momentos, uma parte teórica – a qual pode ser oferecida na forma de aula expositiva com estímulo a debates e perguntas, sempre completada com uma ferramenta audiovisual; e outra prática, na qual cada participante é convidado a trazer seu objeto de estudo e trabalhar no mesmo.
 
Referências
COBELO, S. Historiografia das traduções do Quixote publicadas no Brasil: Provérbios do Sancho Pança. 235 f. Dissertação de Mestrado (Letras), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2009.
–––––. Os tradutores do Quixote publicados no Brasil. Tradução em Revista. Rio de Janeiro, n. 8., p. 1-36, 2010. Disponível em: http:// www.maxwell.vrac.puc-rio.br/trad–em-revista.php?strSecao=input().
–––––. As adaptações do Quixote no Brasil (1886-2013): Uma discussão sobre retraduções de clássicos da literatura infantil e juvenil. 569 f. Tese de doutorado (Letras), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2015.
 
Aula 7 (11. fevereiro) Tradução de variantes linguísticas;
Ministrante: Profa. Dra. Solange de Carvalho
 
Resumo
Introduzir a teoria básica relacionada às variantes linguísticas e as teorias da tradução que abordam o tema. Apresentar questões voltadas à variação linguística no português brasileiro (norma culta vs. formas não padrão). Promover uma discussão sobre as possibilidades da tradução em português brasileiro daquilo que foge da norma, apresentando para análise textos originais em inglês, francês, italiano e alemão, oferecendo exemplos práticos para que os alunos trabalhem e possam discutir em grupo as diferentes soluções apresentadas.
 
Referências
BRETT, David. Eye Dialect. Translating the Untranslatable. In: Lost in Translation. Testi e culture allo specchio. Annali della Facoltà. Vol. 6 Sassari, 2009. Disponível em https://core.ac.uk/download/pdf/11689885.pdf#page=51 Site acessado no dia 17/10/2019.
CANDIDO, Antonio. “A literatura e a formação do homem”. Disponível em www.iel.unicamp.br/revista/index.php/remate/.../3007. Acesso no dia 10/06/2013.
ECO, Umberto. Introdução. In: ______. Quase a mesma coisa. trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 2007.
LANE-MERCIER, Gillian. Translating the untranslatable: the translator’s aesthetic, ideological and political responsibility. Target, v. 9, n. 1, p. 43-68, 1997.
LEITE, Marli Quadros. Variação lingüística: dialetos, registros e norma lingüística. In: SILVA, Luiz Antonio da (org.) A língua que falamos: português: história, variação e discurso. São Paulo: Globo, 2005.
PYM, Anthony. Translating Linguistic Variation. Disponível em: <www.fut.es/~apym/on-line/authenticity.html.&gt; Acesso em dia 14/09/2005.
 
Aula 8 (12. fevereiro) Diálogos entre adaptação e tradução;
Ministrante: Profa. Juliana Hass
 
Resumo
Esta aula procurará analisar a relação existente entre os Estudos da Adaptação e os Estudos da Tradução, com o intuito de mostrar que ambas as teorias se complementam. Explorando, por meio de exemplos, alguns aspectos da adaptação na tradução e vice-versa veremos que os Estudos abrem novas perspectivas de abordagens um para o outro e, com isso, se enriquecem mutuamente. 
 
Referências
AMORIM, Marcel Alvaro de. Da tradução intersemiótica à teoria da adaptação intercultural: estado da arte e perspectivas futuras. Iitinerários, Araraquara, n. 36, p.15-33, jan./jun. 2013.
DINIZ, Thaïs Flores Nogueira. Literatura e cinema: da semiótica à tradução cultural. Ouro Preto: Editora UFOP, 1999.
ECO, Umberto.  Dire quasi la stessa cosa: Esperienze di traduzione. Milano: Studi Bompiani, 2007.
GENETTE, Gérard. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Vários tradutores; supervisão e revisão Sônia Queiroz. Belo Horizonte: Edições Viva Voz, 2010.
HASS, Juliana. Adaptações de Perelà uomo di fumo: diálogos político-socioculturais entre romance, teatro e radioteatro/ Adattamenti di Perelà uomo di fumo: dialoghi politico-socioculturali tra romanzo, teatro e radiodramma. São Paulo, 2018, 312 p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e Università degli Studi di Firenze (UNIFI). Orientadora: Roberta Barni. Co-tutela: Simone Magherini.
HUTCHEON, Linda. Uma teoria da adaptação. Tradução André Cechinel. Florianópolis: Editora UFSC, 2013.
INNOCENTI, Loretta. La scena trasformata: adattamenti neoclassici di Shakespeare. Pisa: Pacini Editore, 2010.
JACOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. Tradução de Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1999.
MILTON, John. Adaptation. GAMBIER, Yves; DOORSLAER, Luc van. Handbook of Translation Studies, Volume 1. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, p. 3-6, 2010.
MILTON, John. Tradução & adaptação. In: AMORIM, Lauro Maia; Rodrigues, Cristina Carneiro; Stupiello, Érika Nogueira de Andrade (Orgs.). Tradução & perspectivas teóricas e práticas [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015, pp. 17-43. ISBN 978-85-68334-61-4.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. Tradução José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Perspectiva, 2005.
PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2003.
SANDERS, Julie. Adaptation and Appropriation. London and New York: Routledge Taylor & Francis Group, 2006.
STAM, Robert. Beyond fidelity: the dialogics of adaptation. NAREMORE, J. (Org.). Film adaptation. New Jersey: Tutgers University, p. 54-76, 2000.
 
Aula 9 (13. fevereiro) Adaptação e Acessibilidade: audiodescrição, LIBRAS e
legendas.
Ministrante: Profa. Dra. Ana Júlia Perrotti-Garcia
 
Resumo
A acessibilidade vai muito além do rompimento de barreiras arquitetônicas. A inclusão de pessoas com deficiência deve ocorrer em todos os ambientes em que circulam pessoas: escolas, hospitais, museus, parques, cinemas, teatros, entre outros. O chamado “trio” da acessibilidade comunicacional é formado por audiodescrição, LIBRAS e legendas descritivas. A audiodescrição é uma espécie de tradução intersemiótica, ou seja, é a tradução de imagens em palavras. A LIBRAS, a mais conhecida das três, é facilmente reconhecida pelo público em geral por sua maior visibilidade. As legendas descritivas também são bastante visualizadas, mas nem sempre reconhecidas.
É importante conhecer as três modalidades de ferramentas de acessibilidade e saber as principais características de cada uma delas, tanto para ter conhecimento prático, tornar-se um cidadão melhor e mais inclusivo, quanto para pensar na possibilidade de ampliar sua área de atuação profissional. Vamos ver exemplos práticos e autênticos dos principais tipos de produtos que podem ser tornados acessíveis por meio dessas ferramentas comunicacionais.
 
Referências
AMERICAN COUNCIL OF THE BLIND Website. Disponível em http://www.acb.org/adp/ad.html.
ARAÚJO, V. L. S; ADERALDO, N. F. (orgs.) Os novos rumos da pesquisa em audiodescrição no Brasil. Curitiba: Ed CRV, 2013.
CARADEC, F. Dictionary of Gestures. Expressive Comportments and Movements in Use around the World. Illustrated by Philippe Cousin. London: The MIT Press, 2018.
FRANCO, E. P. C. Em busca de um modelo de acessibilidade audiovisual para cegos no Brasil: um projeto piloto In: TradTerm, 13, 2007, p. 171-185. Disponível em < http://www.revistas.usp.br/tradterm/article/view/47473/51201&gt;.
Guia para Produções Audiovisuais Acessíveis; Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual (SAv). Disponível em https://www.dropbox.com/s/8uafqb41loyshsf/Guia%20para%20Producoes%20Aud….
ITC Guidance on Standards for Audio Description. Disponível em msradio.huji.ac.il/narration.doc.
 
Aula 10 (14. fevereiro)
Prof. Dr. John Milton Apresentação dos alunos;
 
 
Forma de Avaliação:
Apresentação oral e escrita de trabalho de conclusão (paper).
 
Bibliografia
 
Ben-Ari, Nitsa. (2006). "Suppression of the Erotic: Puritan Translations in Israel 1930-1980." The Massachusetts Review, Fall 2006, 511-535.
Benjamin, Walter (1962) ‘The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction', tr. Harry Zohn, in Illuminations, New York: Schocken, 217-251.
Berman, Antoine (1985/2000). “Translation and the Trials of the Foreignin Lawrence Venuti (ed.) The Translation Studies Reader, London & New York: Routledge, 233-49.
Bolter, J.D. and Grusin, R. (1999). Remediation: Understanding New Media. Cambridge, MA: MIT Press.
Brisset, Annie (1990/1996/2000). “The Search for a Native Language: Translation and Cultural Identity”, Lawrence Venuti (ed) The Translation Studies Reader, London & New York: Routledge, 343-375
Brunette, Louise, Georges Bastin, Isabelle Hemlin and Heather Clarke (eds.) (2003): The Critical Link 3: Interpreters in the Community. Selected papers from the Third International Conference on Interpreting in Legal, Health and Social Service Settings, Montréal, Quebec, Canada 22–26 May 2001. Amsterdam: John Benjamins.
Campos, Haroldo de. (1997). “Arno Holz: da revolução da lírica à elefantíase do projeto”, in O Arco-Íris Branco: Ensaios de Literatura e Cultura. Rio de Janeiro: Imago, 75-95.
Cobelo, Silvia. ‘Os Adaptadores do Quixote mais Publicados no Brasil”, in Traduc&#807;a&#771;o em Revista 18, 2015/1. http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/24848/24848.PDFXXvmi= Demircio&#287;lu, Cemal. (2009). “Translating Europe: The Case of Ahmed Midhat as an Ottoman Agent of Translation”, in Agents of Translation, ed. John Milton and Paul Bandia. Amsterdam: John Benjamins.
Dunnett, Jane. (2002). “Foreign Literature in Fascist Italy: Circulation and Censorship”, in TTR, Volume 15, numéro 2, 2e semestre 2002, p. 97-123
Elliot, Kamilla. (2003). “Rethinking the Novel/ Film Debate”. Cambridge: University Press.
Ferreira, Jerusa Pires (1992) O Livro de São Cipriano: uma Legenda de Massas, São Paulo: Perspectiva.
Fischlin, D. and Fortier, M. (2000). Adaptations of Shakespeare. London: Routledge.
Freitas, R. C.; Milton, J. (Org.) “Adaptação. Pesquisas do GREAT, Grupo de Estudos de Adaptação e Tradução. São Paulo: Paulistana, 2017.
Gallimore, David. (2006). “Tsubouchi Shoyo and the Myth of Shakespeare Translation in Modern Japan” in Translating Others, ed. Theo Hermans, Vol 2. Manchester: St. Jerome, 483-492.
Gopinathan, G. (2006). “Translation, Transcreation and Culture: Theories of Translation in Indian Culture”, in Translating Others, ed. Theo Hermans, Vol 1. Manchester: St. Jerome, 236-246.
Hand, Richard, and Katja Krebs (2007). Editorial, in Journal of Adaptation in Film and Performance. Volume 1, Number 1 - 2007. 3-4.
Hermans, Theo (ed.) (2006). Translating Others, Vol 1 & Vol. 2. Manchester: St. Jerome.
Hung, Eva, & Judy Wakabayashi (eds.) (2005). Asian Translation Traditions. Manchester: St. Jerome. (2006). “‘And the Translator Is’: Translators in Chinese History” in Translating Others, ed. Theo Hermans, Vol 1. Manchester: St. Jerome, 145-160.
Hutcheon, Linda (2006). A Theory of Adaptation. London: Routledge.
Hyun, Teresa. (2005). “The Lover’s Silence, The People’s Voice: Translating Nationalist Poetics in the Colonial Period in Korea”, in Asian Translation Traditions, ed. Eva Hung and Judy Wakabayashi. Manchester: St. Jerome, pp. 255-168.
Jedamski, Doris. (2005). “Translation in the Malay World: Different Communities, Different Agendas”, in Asian Translation Traditions, ed. Eva Hung and Judy Wakabayashi. Manchester: St. Jerome, 211-245.
Lathey, Gillian (ed.) (2006). The Translation of Children’s Literature: a Reader. Clevedon: Multilingual Matters.
Lefevere, André (1982). ‘Mother Courage's Cucumbers: Text, System and Refraction in a Theory of Literature', Modern Language Studies 12(4): 3-20; reprinted (2000) in Lawrence Venuti (ed) The Translation Studies Reader, London & New York: Routledge, 233-49.
(1992). Translation, Rewriting, & the Manipulation of Literary Fame. London: Routledge, 1992.
Merkle, Denise (2009). “Vizetelly & Company as (Ex)Change Agent: Towards the Modernization of the British Publishing Industry”, in Agents of Translation, ed. John Milton and Paul Bandia. Amsterdam: John Benjamins.
Miguel González, Marta. (2000). “El cine de Hollywood y la censura franquista en la España de los 40: El cine bajo palio”, in Rabadán, Rosa (ed.) (2000). Traducción y censura inglés-español: 1935-1985: Estudio preliminar. León: Universidad de León, 61-86.
Milton, John. 1993/1998. O Poder da Tradução, Ars Poética, São Paulo, (reeditado como Tradução: Teoria e Prática, Martins Fontes, São Paulo).
(2001). “The Translation of Classic Fiction for Mass Markets. The Case of a Brazilian Book Club, the Clube do Livro”, The Translator, Volume 7, Number 1, 2001, 43-69.
(2002). O Clube do Livro e a Tradução Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração (EDUSC), 2002.
(2003) (ed.com Marie-Helène Torres) Tradução, Retradução e Adaptação, Cadernos de Tradução, no 11, 2003/1.
(2009) “Between the Cat and the Devil: Adaptation Studies and Translation Studies”, in Journal of Adaptation in Film and Performance, Volume 2, Number 1, 47-64.
Morin, Edgar (1977) Cultura de Massas no Século XX: O Espírito do Tempo I - Neurose, Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária.
Nóbrega Thelma Médici, and John Milton. (2009). “The Role of Haroldo and Augusto de Campos in Bringing Translation to the Fore of Literary Activity in Brazil”, in Agents of Translation, ed. John Milton and Paul Bandia. Amsterdam: John Benjamins.
O’Sullivan, Carol (2009). “Translation Within the Margin: the ‘Libraries’ of Henry Bohn”, in Agents of Translation, ed. John Milton and Paul Bandia. Amsterdam: John Benjamins.
Paizis, George (1998) “Category Romances: Translation, Realism and Myth”, The Translator 4(1): 1-24.
Paker, Saliha. (2006). “Ottoman Concepts of Translation and its Practice: The 1897 ‘Classics Debate’ as a Focus for Examining Change”, in Translating Others, ed. Theo Hermans, Vol 2. Manchester: St. Jerome, 315-324.
Pelegrin, Laureano. (2002). “Tradutores e editoras : resistência, restrições, relações”. Disertação de mestrado. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
Pym, Anthony. (2004). The Moving Text: Localization, Translation, and Distribution. Amsterdam: John Benjamins. Rabadán, Rosa (ed.) (2000). Traducción y censura inglés-español: 1935-1985: Estudio preliminar. León: Universidad de León.
Rafael, Vicente L. (1993). Contracting Colonialism: Translation and Christian Conversion in Tagalog Society Under Early Spanish Rule. Durham, NC: Duke University.
Roberts, Roda P., Silvana E. Carr, Diana Abraham and Aideen Dufour (eds.) (2000). The Critical Link 2: Interpreters in the Community: Selected papers from the Second International Conference on Interpreting in legal, health and social service settings, Vancouver, BC, Canada, 19–23 May 1998. Amsterdam: John Benjamins.
Robyns, Clem (1990) ‘The Normative Models of Twentieth Century Belles Infidèles: Detective Novels in French Translation', Target 2(1): 23-42.
Rundle, Christopher (2000) ‘The Censorship of Translation in Fascist Italy', The Translator 6(1): 67-86.
Salama-Carr, Myriam. (2006). “Translation and the Creation of Gnere: The Theatre in Nineteenth-Century Egypt”, in Translating Others, ed. Theo Hermans, Vol 2. Manchester: St. Jerome, 315-324.
Sanders, Julie (2006). Adaptation and Appropriation. London: Routledge.
Sohár, Anikó (1996) ‘Cultural Importation of Genres: The Case of SF & Fantasy in Hungary', in Kinga Klaudy, José Lambert and Anikó Sohár (eds) Translation Studies in Hungary, Budapest: Scholastica, 25-33.
 ------ (1997a) ‘Virtual Translations or Cyberpunk in Hungary', in Kinga Klaudy and János Kohn (eds) Transferre necesse est, Budapest: Scholastica, 423-31.
------ (1997b) The Cultural Importation Process of Popular Genres: The Case of SF and Fantasy in Hungary (1989-1995) from the Point of View of Translation Studies, PhD. Thesis, Leuven, Belgium: Katholicke Universiteit Leuven.
Stam, Robert, and A. Raengo (eds.) (2005). Literature and Film: A Guide to the Theory and Practice of Film Adaptation. Malden: Blackwell.
Sturge, Kate. (2002). “Censorship of Translated Fiction in Nazi Germany. Revue”, in TTR, Volume 15, numéro 2, 2e semestre 2002, 153-169.
Tahir Gürça&#287;lar, &#350;ehnaz (2006). “The Uses of Paratexts in Translation Research”, in Crosscultural Transgression: Research Models in Translation Studies II: Historical and Ideological Issues, ed. Theo Hermans. Manchester: St. Jerome, 44-60.
Toury, Gideon (1978/ revised 1995/ 2000). “The Nature and Role of Norms in Translation”, in Lawrence Venuti (ed) The Translation Studies Reader, London & New York: Routledge, 198-211.
Trivedi, Harish. (2006). “In Our Own Time, On Our Own Terms: Translation in India”, in Translating Others, ed. Theo Hermans, Vol 1. Manchester: St. Jerome, 102-119.
Tymoczko, Maria (1999). Translation in a Postcolonial Context..
(2007). Enlarging Translation, Empowering Translators Manchester: St. Jerome.
Uchiyama, Akiko. (2010). “Translation as Representation: Fukuzawa Yukichi’s Representation of the “Others”, in Agents of Translation, ed. John Milton and Paul Bandia. Amsterdam: John Benjamins.
Upton, Carole-Anne Upton (ed.) (2000), Moving Target: Theatre Translation and Cultural Relocation. Manchester: St. Jerome.
Vandaele, Jeroen. (2002). “’Funny Fictions’”: Francoist Translation Censorship of Two Billy Wilder Films”, in The Translator, Vol. 8, Number 2, November 2002.
Venuti, Lawrence (1995). The Translator’s Invisibility. London: Routledge.
(1998). Scandals of Translation. London: Routledge.
(2007) “Adaptation, Translation, Critique”, in Journal of Visual Culture.
Vermeer, Hans (1989/2000). “Skopos and Commission in Translational Action”, in Lawrence Venuti (ed) The Translation Studies Reader, London & New York: Routledge, 221-232.
Vieira, Else R. P. . A Postmodern Translational Aesthetics in Brazil. In: Mary Snell-Hornby. (Org.). Translation Studies - An Interdiscipline. 1a. ed. Amsterdam: John Benjamins, 1994, 65-72.
Wong, Lawrence Wang-Chi. (2005). “From ‘Controlling the Barbarians’ to ‘Wholesale Westernization’: Translation and Politics in Late Imperial and Early Republican China, 1840-1919”, in Asian Translation Traditions, ed. Eva Hung and Judy Wakabayashi. Manchester: St. Jerome, 109-131.
Zatlin, Phylis (2006). Theatrical Translation and Film Adaptation: a Practitioner’s Viewpoint. Clevedon: Multilingual Matters.