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DADOS DO CURSO
Interessados em geral.
O curso possui como objetivo central uma análise dos aspectos fundacionais do Conservadorismo Clássico, apresentando os principais elementos constitutivos da obra política de Edmund Burke (1729-1797), como o organicismo, a sabedoria tradicional, a perspectiva reformista e o ceticismo político. Influenciado pelo arcabouço intelectual do Iluminismo Escocês, como o naturalismo filosófico de David Hume, Burke se aproximou de uma "sociologia da virtude", como concebida e apontada por Gertrude Himmelfarb. Afastando-se do Iluminismo de matriz francesa, o pensador conservador desenvolveu uma argumentação contrária ao racionalismo moderno, o qual, segundo ele, teria favorecido a emergência de um abstracionismo responsável pela proliferação de teorias políticas marcadas pelo apriorismo. Essa dimensão abstracionista teria favorecido movimentos revolucionários contrários ao espírito pacífico da continuidade e da evolução gradual do organismo político. A subversão abrupta de uma ordem estabelecida implicaria a ascensão de tiranias e despotismos em nome de uma democracia que, em última análise, não passaria de uma oligarquia de facções.
O objetivo do curso consiste, primordialmente, na reconstrução argumentativa burkeana contra o revolucionarismo francês, mobilizando a crítica conservadora ao republicanismo cívico de Rousseau e ao ideal de Direitos do Homem como sustentado pelo jusnaturalismo do contratualismo moderno. Também será apresentado o debate entre Burke e Thomas Paine precisamente no que diz respeito aos direitos humanos. Enquanto o conservadorismo se vincula a uma tradição jusnaturalista clássica, associada à Cícero, Paine advogava em prol de um jusnaturalismo vinculado a um ideal contratualista aos moldes lockeanos. Com isso, pretende-se fornecer um panorama do conservadorismo clássico, destacando seus principais argumentos e teses. Para tanto, será feita uma análise detalhada das críticas de Burke ao ideário revolucionário francês e ao jusnaturalismo moderno.
Pode-se afirmar que Burke promoveu uma crítica revolucionária contra a Revolução. Como atestado por Francisco Weffort, "por mais paradoxal que possa parecer, o pensamento político da época moderna começa por este conservador". Além disso, o conservadorismo clássico desempenhou um papel fundamental nos escritos de pensadores brasileiros do Oitocentos, como Visconde de Cairu e Visconde do Uruguai. Essa recepção do conservadorismo no Brasil também será brevemente analisada. Pode-se estabelecer também uma reflexão acerca das inflexões burkeanas em autores da literatura contemporânea, como H. P. Lovecraft (1890-1937), especialmente em sua doutrina da narrativa sobrenatural do horror cósmico. No campo da Filosofia, por sua vez, autoras como Hannah Arendt (1906-1975) e Simone Weil (1909-1943) incorporam traços do conservadorismo clássico. Na obra Enraizamento, é possível identificar em Simone Weil uma vinculação a uma concepção orgânica de sociedade, marcada pelo respeito à tradição e pela desconfiança em relação aos preceitos do revolucionarismo francês. Já Hannah Arendt, em Sobre a Revolução, retoma análises eminentemente burkeanas, valendo-se também do liberalismo conservador de Alexis de Tocqueville.
Em síntese, o presente curso buscará esclarecer os principais aspectos e elementos do conservadorismo clássico burkeano, a saber: a concepção de que a sabedoria política é coletiva e histórica (tradicionalismo); a afirmação de que a sociedade constitui um todo orgânico, e não meramente a somatória de suas partes constitutivas (organicismo); e uma postura de desconfiança em relação às teorias e abstrações quando transpostas e aplicadas à vida prática e concreta (ceticismo político).
Plataforma: Google Meet
Máximo: 100
Leonardo Delatorre Leite
PERÍODO(S), HORÁRIO(S) E LOCAL DO CURSO/EVENTO
Terças e Quintas-feiras, das 19:00 às 21:00
INVESTIMENTO
Gratuito.
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Desistência:
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