Programa

Objetivo:
O curso propõe uma leitura do romance inaugural de Frances Burney, Evelina (1778) com o objetivo de aprofundar a leitura da obra e contextualizá-la no âmbito dos eventos no século XVIII. Partindo do foco na protagonista e em sua trajetória, serão também abordados os romances de educação e formação e o diálogo entre ambos no caso do romance inglês.

Justificativa:
A autora cuja obra Cecilia (1782) sugeriu o título do célebre romance de Jane Austen, Orgulho e Preconceito (1813), Frances Burney, foi reconhecida por Virginia Woolf em um de seus ensaios como “a mãe da ficção inglesa”. Ela atingiu fama imediata com a publicação de sua primeira obra, o romance epistolar Evelina (1778), o qual, apesar de ter reunido considerável fortuna crítica, merece novas leituras. A narrativa possibilita uma análise pautada tanto pelo complexo contexto oitocentista, quanto pela própria estrutura do romance, essencialmente ancorada em propósitos instrutivos e edificantes. Ambos vieses serão examinados ao longo das aulas. O curso será oferecido à distância, com encontros virtuais de uma hora e trinta minutos por meio da plataforma para reuniões não presenciais disponibilizada pelo Google à comunidade USP (https://meet.google.com/). Os textos de apoio e outras sugestões serão compartilhados e disponibilizados em uma pasta no Google Drive. Ademais, os alunos poderão enviar perguntas e dúvidas para o e-mail do professor, que serão discutidas e esclarecidas em aula.

Programa completo:

Aula 1: O século XVIII e o romance
Aula 2: O romance inaugural de Frances Burney
Aula 3: Assinaturas em Evelina (1778)
Aula 4: Diálogo entre educação e formação em Evelina

Bibliografia essencial
BURNEY, F. Evelina, or the history of a young lady’s entrance into the world. Nova York:
Oxford University Press Inc., 2002. [não há tradução para o português]

Bibliografia complementar
Aula 1 (21/07):
DAY, R. A. Told in Letters: Epistolary Fiction before Richardson. Michigan: University of
Michigan Press, 1966.
JONES, V. (ed.). Women in the Eighteenth Century: Constructions of Femininity. Londres:
Routledge, 1990.
RICHETTI, J. (ed.). The Cambridge Companion to the Eighteenth-Century Novel. Cambridge:
Cambridge University Press, 1996.
SPENCER, J. The Rise of the Woman Novelist: From Aphra Behn to Jane Austen. Oxford:
Blackwell, 1986.
VASCONCELOS, S. G. T. A formação do romance inglês. Ensaios teóricos. São Paulo:
FAPESP/ Hucitec, 2007.
WATT, I. A ascensão do romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Aula 2 (23/07):
EPSTEIN, J. L. Fanny Burney’s Epistolary Voices. Eighteenth Century: Theory and
Interpretation, v. 27, n. 2, 1986, pp. 162-179.
EPSTEIN, J. The Iron Pen: Frances Burney and the Politics of Women’s Writings. Wisconsin:
The University of Wisconsin Press, 1989.
ERON, S. More than a Conscious Feeling: Reading Evelina’s Mind in Time. Studies in the
Novel, v. 50. n. 2, 2018, pp. 171-196.
STRAUB, K. Divided Fictions: Fanny Burney and Feminine Strategy. Kentucky: University
Press of Kentucky, 1987.
Aula 3 (28/07):
CHOI, S. Signing Evelina: Female Self-inscription in the Discourse of Letters. Studies in the
Novel, v. 31, n. 3, 1999, pp. 259-278.
Aula 4 (30/07):
BARNEY, R. Plots of Enlightenment: Education and the Novel in Eighteenth-Century England.
California: Stanford University Press, 1999.
ELLIS, L. Appearing to Diminish: Female Development and the British Bildungsroman, 1750-
1850. Londres: Associated University Press, 1999.
FRAIMAN, S. Unbecoming Women: British Women Writers and the Novel of Development.
Nova York: Columbia University Press, 1993.
LUKÁCS, G. A teoria do romance. São Paulo: Editora 34, 2009.
MORETTI, F. O romance de formação. São Paulo: Todavia, 2020.