Programa

Ementa: Esse curso se propõe uma tarefa introdutória. O juízo teleológico em Kant não é apenas a solução do problema da finalidade em vista da limitação imposta a essa questão pelas nossas faculdades de conhecer. Através dessa solução e para entendê-la, devemos recapitular o problema do conhecimento a priori e entender, antes de mais nada, porque os juízos teleológicos não podem ser determinantes e sim reflexionantes. Nesse sentido o juízo reflexionante objetivo exige uma extensão em relação ao fenômeno, mas essa extensão não pode mais ser confundida com a pretensão a uma metafísica dogmática. Pretendendo assim como o problema da finalidade na terceira Crítica oferecer um ponto de vista para pensar a passagem entre duas noções de “metafísica”.

1º Aula
Problema da causalidade.
Juízos sintéticos a priori.
Entendimento e verdade da razão pura (teórica).

2º Aula
Razão, metafísica, liberdade transcendental e teologia transcendental.
Imperativo categórico e Razão prática.
Dialética prática e soberania da razão prática sobre a teórica.

3º Aula
Reflexionante e determinante.
Belo não está mais na coisa.
Capacidade de julgar reflexionante e juízo estético.

4º Aula
Entendimento e imaginação na questão do belo.
Antinomia do belo e a extensão não dogmática da natureza humana.
Belo natural e belo artificial.

5º Aula
Reflexionante no juízo teleológico.
Finalidade objetiva (ilusória), organismo e sistema.
Fim natural, organismo e Razão.

6º Aula
Do problema correlação possível do nexo efetivo com o nexo final.
Conformidade a fins e as possibilidades do real.
Plano teórico e plano prático da apreciação teleológica.
Relação teleologia e teologia.

Bibliografia:
ADORNO, T. Três Estudos sobre Hegel. Trad. Ulisses Razzante Vaccari. São Paulo: Ed. UNESP, 2013
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