Programa

AULA 1 (22/07/2020). Saúde e Estatística: A importância da informação.
Nos estudos da situação de saúde de uma população é importante ter dados que refletem a realidade dessa população. Esses dados se transformam em informações sobre o quadro de saúde e doença dos indivíduos de uma localidade. Tais informações também são necessárias para manter a população informada sobre seu direito aos serviços disponíveis bem como, para fornecer dados sobre a população ao Estado, para subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas. A aula abordará as principais fontes de informação em Saúde e seus usos e aplicações.


AULA 2 (24/07/2020). Saúde e Geografia: Uma abordagem multidisciplinar.
O raciocínio espacial é uma questão de sobrevivência para o ser humano. Pensar como as doenças se distribuem no espaço geográfico e se associam com fatores ambientais, socioeconômicos, políticos e com o acesso aos serviços de saúde permite elaborar estratégias para otimização dos recursos e para enfrentamento de doenças e crises sanitárias. Por meio de tais associações também conseguimos inferir sobre as desigualdades na sociedade que se refletem em desigualdades em saúde e decidir sobre meios para diminuir suas causas estruturais. A aula vai abordar como a Geografia pode contribuir para a melhor compreensão de doenças e desigualdades em saúde, os limites de sua contribuição e como deve interagir de forma multidisciplinar no esforço de contribuir para o bem-estar das populações.


AULA 3 (27/07/2020). Violência e Geoinformação: Análise espaço-temporal de registros de crimes e mortalidade.
A sociedade é produzida por mudanças sociais, convergentes em certos aspectos e divergentes em outros. Nos grandes centros urbanos essas formas surgem, se desenvolvem, retrocedem ou desaparecem com grande velocidade. Refletindo sobre esse contexto, a aula tem um duplo propósito: analisar os registros oficiais de mortalidade violenta e a variabilidade espaço-temporal desses registros empregando Sistemas de Informação Geográfica e técnicas de geoestatísticas.


AULA 4 (29/07/2020). Conflitos sociais e Sociologia: Violência urbana, conflito social e desfechos fatais.
A vida nas metrópoles contemporâneas é caracterizada pela intensidade e por diferentes modalidades de conflitos sociais e interpessoais. Parte desses conflitos converge para desfechos fatais, materializados em registros de ocorrências policiais de homicídios. A partir de considerações de ordem teórica, fundamentadas na sociologia dos conflitos sociais, a aula explora as explicações sociológicas correntes na literatura especializada, enfatizando tanto razões de ordem subjetiva quanto as de natureza objetiva.

Método


Utilização de metodologias ativas de aprendizagem para situações e exposições dialogadas, envolvendo o professor e os alunos, apoiados por recursos audiovisuais fotografias, ilustrações, vídeos, infográficos, charges etc.) e dinâmicas participativas. Curso ministrado em Google Meet (hangout), para aulas ao vivo transmitidas por vídeo em streaming.


Bibliografia

Adorno, S. "Violência e crime: sob o domínio do medo na sociedade brasileira" in Cidadania, um projeto em construção. André Botelho e Lilia Moritz-Schwarcz (orgs). São Paulo: Claro Enigma, 2012, 1.ed., p.70-81.
Anselin L, Syabri, YK. “GeoDa: an introduction to spatial data analysis”. Geogr Anal. 2005, 38: 5-22.
Assunção RM. “Mapas de mortalidade”. São Paulo: Mimeo; 1996.
Assunção RM; Reis, EA.” A new proposal to adjust Moran's I for population density”. Stat Med. 1999, 18: 2147-2162.
Bailey TC. “Review of statistical spatial analysis in GIS”. In: Fotheringham S, Rogerson P, eds. Spatial analysis and GIS. London: Taylor & Francis; 1994: 13-44.
Barcellos, C; Bastos, FI. “Geoprocessamento, ambiente e saúde: uma união possível?” Cad. Saúde Públ., Rio de janeiro, 12(3):389-397, 1996.
Beato CCF; Assunção RM; Reis IA; Marinho FC; Bráulio FAZ; Almeida MC. “Conglomerados de homicídios e o tráfico de drogas em Belo Horizonte”. Rio de Janeiro: Cadernos de Saúde Pública. 2001, 17(5):1163-1171.
Beato CCF. “Determinantes da criminalidade em Minas Gerais”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. 1998; 13(37):74-89.
Câmara, G; Carvalh,o MS; Cruz, OG; Correa, V. “Análise Espacial de Áreas”. São José dos Campos: INPE; 2004.
Câmara G; Yi, JRL; Felgueiras, C, Moneiro, AA. “Análise espacial da distribuição e dinâmica da violência na cidade de São Paulo entre os anos de 1996 e 1999”. São José dos Campos: INPE; 2000.
Carvalho, DM. “Epidemiologia: história e fundamentos”. In: MEDRONHO, R.A. Epidemiologia. São Paulo: Ed. Atheneu, 2004. p. 3-13.
Collins, R. "Lo normal del delito". In Perspectiva sociológica. Una introducción a la sociología no obvia. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2009, cap. 4, p. 109-146.
Costa, MCN; Teixeira, MGLC. “A concepção de “espaço” na investigação epidemiológica”. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 15(2):271-279, 1999.
Dias, TL; Oliveira, MPG; Câmara, G; Carvalho, MS. “Problemas de escala e a relação área-indivíduo em análise espacial de dados censitários”. Informática Pública. 2002, 4(1): 89-104.
Elias, N. Os alemães. “A luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, capítulo III ["Civilização e violência", pp. 159-186].
Enriquez, E. "Matar sem culpa. Algumas reflexões sobre os assassinatos coletivos". In Mutações: fontes passionais da violência. Adauto Novaes (org). São Paulo: Edições SESC, 2015, p. 177-219.
Ferreira, MIC. “Violência na solidariedade. Um estudo sobre homicídios em bairros da periferia da capital paulista”. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2006.
Gawryszewski, VP; Costa, LS. “Homicídios e desigualdades sociais no Município de São Paulo”. Revista de Saúde Pública 2005; 39(2):191-197.
Gesler, W. “The uses of spatial analysis in medical geography: a review. Soc. Sci. Med.”, 23(10): 963-73, 1986.
Hobsbawn, E. "A ordem pública em uma era de violência". In Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, cap. 9, p. 138-151.
Laurenti, R et al. Estatísticas de Saúde. 2.ed. São Paulo: EPU, 2005.
Laurenti, R; Mello, Jorge MHP; Gotlieb, SLD. “O Sistema de Informações sobre Mortalidade: passado, presente e futuro”. São Paulo: CBCD. No prelo 2006.
Lima, MLC; Ximenes, RAA; Souza, ER; Luna, CF; Albuquerque, MFPM. “Spatial analysis of socioeconomic determinants of homicide in Brazil”. Rev. Saúde Pública, 39(2): 176-182, 2005.
Mayer, JD. “The role of spatial analysis and geographic data in the detection of disease causation”. Soc. Sci. Med, 17(16): 1213-1221, 1983.
Mesquita Neto, P. “Políticas sociais de segurança cidadã: problemas e soluções. Série Análises e propostas”, n. 33. Fundação Friedrich Ebert, dezembro de 2006. Disponível em: http://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/05612.pdf. Acesso em 18/08/2012.
Nery, MB; SOUZA, AAL; ADORNO, S. “Os padrões urbano-demográficos da capital paulista”. Estudos Avançados, v. 33, n. 97, p. 5-36, 2019.
Nery, MB et al. “Regimes espaciais: dinâmica dos homicídios dolosos na cidade de São Paulo entre 2000 e 2008”. Revista Panamericana de Salud Publica, v. 32, p. 405-412, 2012.
Nery, MB; Adorno, S. “O Movimento da criminalidade em São Paulo: um recorte temático e bibliográfico”. BIB-Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 76, p. 5-32, 2015.
Peres, MFT; Vicentin, D; Nery, MB; Lima, RS; Souza, ER; Cerda, M, Cardia, Nancy; Adorno, S. “Queda dos homicídios em São Paulo, Brasil: uma análise descritiva”. Rev Panam Salud Publica. 2011;29(1):17–26.
Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA. “Indicadores Básicos para a Saúde no Brasil: conceitos e aplicações”. 2.ed. Brasília: OPAS, 2008.
Moraes Filho, E (org). “Simmel”. Grandes Cientistas Sociais, 34, São Paulo: Ática, 1983 – capítulos: 8-10, p. 122-164.
Soares, GAD. "Algumas questões teóricas". In Não matarás. Desenvolvimento, desigualdade e homicídios. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008, 1.ed., cap. 5, p. 146-182.
Villaça F. “Espaço intra-urbano no Brasil”. São Paulo: FAPESP; 1998.
Waiselfisz, JJ. “Mapa da violência, 2010: anatomia dos homicídios no Brasil”. São Paulo: Instituto Sangari, 2010.
Wieviorka, M. “O novo paradigma da violência”. Tempo Social. Revista de Sociologia da USP, 9(1): 5-41, 1997, maio.