Programa

Ementa:
É pouco conhecida do público acadêmico a existência de fontes medievais em acervos públicos brasileiros, a saber, uma coleção de oito livros de horas, com datações atribuídas ao século XV. Esta coleção encontra-se sob guarda da Biblioteca Nacional do Brasil, e assim, é acessível para consulta – in loco e digital – ao público. É ainda mais importante constatar que tais livros de horas contam com uma quantidade considerável de imagens. Sendo assim, este curso visa apresentar ao público este acervo pouco conhecido. Além disso, também é objetivo do curso analisar de maneira preliminar o conteúdo, os usos e funções dos Livros de horas na sociedade medieval, bem como as questões relativas à sua iluminação.


Programa:
Aula 1: Os Livros de horas: seu conteúdo, usos e funções na sociedade medieval
• A formação dos Livros de horas
• Conteúdo textual dos Livros de horas
• Usos e funções dos Livros de horas

Aula 2: A iluminação dos Livros de horas
• O programa iconográfico dos Livros de horas
• As funções das iluminuras nos Livros de horas

Aula 3: Os manuscritos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro I
• A formação da coleção da Biblioteca Nacional
• Os Livros de horas da seção de manuscritos

Aula 4: Os manuscritos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro II
• Os Livros de horas provenientes da Real Biblioteca Portuguesa



Bibliografia:
ALEXANDER, Jonathan J. G. Medieval Illuminators and Their Methods of Work. New Heaven: Yale University Press, 1992.

BASCHET, Jérôme. A Civilização Feudal: do ano mil à colonização da América. Rio de Janeiro: Globo, 2005.

BELL, Susan. “Medieval Women Book Owners: Arbiters of Lay Piety and Ambassadors of Culture”.Signs: Journal of women in culture and society 7/4, 1982, p. 742-768.

BERGE, Damião. “Um livro de horas do século XIV na Biblioteca Nacional”. In: Revista Verbum, Rio de Janeiro, Tomo II, n.1, p. 49-99, mar. 1945.

______. Livros de Horas manuscritos iluminados da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. [Rio de Janeiro, 1973?]. [609] f. Original. Dat. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional (ms. 23,2,12).

BERGEN, Saskia Van. “The production of Flemish books of hours for the English market: standardization and workshop practices”. In: DEKEYZER, Brigitte; STOCK, Jan Van der. Manuscripts in Transition: recycling manuscripts, texts and images. Leuven: Uitgeverij Peeters, 2005, p. 271-283.

BROWN, Michelle. Understanding illuminated manuscripts: a guide to technical terms. Los Angeles: The J. Paul Getty Museum/The British Library, 1994.

CAMILLE, Michael. Image on the Edge: The Margins of Medieval Art. Londres: Reaktion Books, 1992.

CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes. “Subsídios para a história da Biblioteca Nacional”. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, Vol. 101, 1981, p. 123-146.

______. “Real Biblioteca: apontamentos sobre seu acervo”. Anais do Seminário Internacional D. João VI – Um Rei aclamado na América. Rio de Janeiro: MHN, março/2000, p. 208-220.

DAMASCENO, Darcy. Manuscritos – séc XII-XVIII: Pergaminhos ilustrados e documentos preciosos. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1973.

EXPOSIÇÃO PERMANENTE DOS CIMÉLIOS DA BIBLIOTECA NACIONAL. Rio de Janeiro: Leuzinger & Filhos, 1885. Catálogo de exposição.

FAILLACE, Vera Lucia Miranda. Catálogo dos livros de horas da Biblioteca Nacional do Brasil. Rio de Janeiro: FBN, 2016.

FRÓES, Vânia Leite. “O livro de horas dito de D. Fernando – maravilha para ver e rezar”. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, Vol. 129, 2011, p. 83-135.

HAMEL, Christopher. “Books for Everybody”. In: A history of illuminated manuscripts. Londres: Phaidon Press, 2006, p. 168-199.

____________. Scribes and Illuminators. Buffalo: University of Toronto Press, 1992.

____________. Manuscritos notáveis. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2017.

______. “Book of Hours”. In: TURNER, Jane (ed.). The Grove Dictionary of Art. Londres: Macmillan Publishers Limited, 1996, p. 369-372.

MARROW, James. “The Pembroke Psalters Hours”. In: Als Ich Can: liber amicorum in memory of professor Dr. Maurits Smeyers. Leuven: Uitgeverij Peeters, 2005, p. 861-902.

PÄCHT, O. La Miniatura Medieval: una introducción. Madrid: Alianza, 1993.

PENKETH, Sandra. “Women and Book of Hours”. In: SMITH, L., TAYLOR, J. Women and the book: assessing the visual evidence. Toronto: University of Toronto Press, 1996, p. 266-281.

REINBURG, Virginia. “‘For the use of women’: women and books of hours”. Early Modern Women Journal, vol. 4, 2009, p. 235-240.

SAENGER, Paul. “Reading in the Later Middle Ages”. In: CHARTIER, Roger; CAVALLO, Guglielmo. A History of reading in the west. Cambridge: Polity Press, 1999.

SCHMITT, Jean-Claude. “Imagens.” In: SCHMITT, Jean-Claude; LE GOFF, Jacques. Dicionário Analítico do Ocidente Medieval, vol. 1. São Paulo: UNESP.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. A longa viagem da Biblioteca dos Reis: do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2002.

STERPONI, Laura. “Reading and meditation in the Middle Ages: Lectio divina and the book of hours”. Text & Talk, nº 28, ano 5, 2008, p. 667-689.

VAUCHEZ, André. A espiritualidade da Idade Média Ocidental. Rio de Janeiro: Zahar, 1995.

WALTHER, I. WOLF, N. Codices Ilustres: los manuscritos iluminados más bellos del mundo desde 400 hasta 1600. Madrid: Taschen, 2005.

WIECK, Roger S. Painted Prayers: The Book of Hours in medieval and Renaissance Art. New York: The Pierpont Morgan Library, 1997.

______. Time Sanctified: the book of hours in medieval art and life. New York: George Braziller Inc, 2001.