Programa

Aula 1:

Integração e Dominação
A especificidade do conceito de dominação na obra de Pierre Bourdieu repousa na existência de uma igualdade formal entre dominantes e dominados, caracterizada em termos de processos de integração. Essa primeira aula é uma discussão das condições sócio-históricas sob as quais os processos de integração lógica e moral dependem, os quais, por sua vez, funcionam enquanto condições de possibilidade para os modos de dominação nas sociedades contemporâneas.
Bibliografia básica:
BOURDIEU, Pierre. “Curso de 14 de março de 1990”. In: Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2014 (p.294-309).
BOURDIEU, Pierre.; BOLTANSKI, Luc. “Introducción.” In: La producción de la ideología dominante. Buenos Aires: Nueva Visión, 2009 [1979]. (p.9-16).

Bibliografia complementar:
BOURDIEU, P.; PASSERON, J-C. A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Petrópolis: Editora Vozes, 2014 [1970].
BOURDIEU, P. Las estructuras sociales de la economía. Buenos Aires: Manntaial, 2010.
BOURDIEU, P.; BOLTANSKI, L. La producción de la ideología dominante. Buenos Aires: Nueva Visión, 2009 [1979].
BOLTANSKI, L. “The Structure of Critical Theory” In: ___.On Critique: a sociology of emancipation. Cambridge: Polity Press, 2011.

Aula 2:

Materialismo do simbólico
Apresentação da proposta de um “estruturalismo genético” feita por Pierre Bourdieu para o estudo do Estado. Essa proposta é inseparável do processo de concentração e monopolização de capitais realizado pelo Estado entendidos a partir da sua concepção de “materialismo do simbólico”.
Bibliografia básica:
BOURDIEU, Pierre. Espíritos de estado: gênese e estrutura do campo burocrático. In: ____. Razões práticas. Sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus, 1996, p. 91-135.
BOURDIEU, Pierre. “Curso de 15 de fevereiro de 1990”. In:____ (Org.). Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.



Bibliografia complementar:
o curso de 1990-1991 no Collège de France, traduzido na obra “Sobre o Estado” discute de maneira mais aprofundada e com mais digressões metodológicas o artigo “Espíritos de Estado”
BOURDIEU, Pierre. “Os fundamentos históricos da Razão” In. ____. Meditações pascaliana. São Paulo: Bertrand Brasil, 2001
MICELI, Sérgio “Materialismo do simbólico” In:____ (Org.) Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2012

Aula 3:

Lugar neutro e campo
Apresentação da relação entre lugares comuns e espaços de produção discursiva, tomando como eixo fundante a discussão apresentada por Pierre Bourdieu e Luc Boltanski, em artigo intitulado La production de l'idéologie dominante, de 1976.
Bibliografia básica:
BOURDIEU, Pierre. Curso de 7 de fevereiro de 1991. In: Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
BOURDIEU, Pierre. O novo capital. In: Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
Bibliografia complementar:
BOURDIEU, Pierre; BOLTANSKI, Luc. La production de l’idéologie dominante,, Paris: Demopolis/Raisons d’agir, 2008 [1976] (existe tradução para a língua espanhola).
BOURDIEU, Pierre.; BOLTANSKI, Luc. “Introducción.” In: La producción de la ideología dominante. Buenos Aires: Nueva Visión, 2009 [1979]. (p.9-16).

Aula 4:

Estado, legisladores e educação
A partir da agenda bourdieusiana de pesquisa, será desenvolvida a articulação entre legisladores e discursos sobre educação no âmbito das comissões estatais.
Bibliografia básica:
BOURDIEU, Pierre. Curso de 25 de janeiro de 1990. In: Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
BOURDIEU, Pierre; CHAMPAGNE, Patrick. Os excluídos no interior. BORDIEU, P. A miséria do mundo. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2011.
RESENDE, Tânia Freitas. “Sistema de ensino” (verbete). Vocabulário Bourdieu. Belo Horizonte, MG: Autêntica, p. 109-112, 2017.
Bibliografia complementar:
BERNSTEIN, B. “On pedagogic discourse”. In: RICHARDSON, John G., Handbook of theory and research for the sociology of education. Connecticut: Greenwood Press, 1986.
BOURDIEU, Pierre; SAINT-MARTIN, Monique de. As categorias do juízo professoral. Escritos de educação. Petrópolis, RJ: Vozes, p. 185-216, 1998.

Aula 5:

A sociedade civil e as novas formas de gestão do público
Discussão sobre o surgimento de termos como “terceiro setor” e “sociedade civil” e como estes foram legitimados para a gestão dos aparelhos culturais do Estado de São Paulo.
Bibliografia básica:
COSTIN, Cláudia. Organizações Sociais como modelo para Gestão de Museus,Orquestras e outras iniciativas culturais. Revista Eletrônica sobre a Reforma do Estado, Salvador, Instituto de Direito Público da Bahia, n. 2, junho/julho/agosto, 2005. Disponível em: Acesso em 25 nov. de 2017.
MICHETTI, M. “A definição privada do bem público: a atuação de institutos empresariais na esfera da cultura.” Caderno CRH, Salvador, v.29, n.78, p. 513-534, 2016.
Bibliografia complementar:
ARRETCHE, M. Mitos da descentralização: mais democracia e eficiência nas políticas públicas? Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 11, n. 31, 1996.
BARROS, A. Entrevista: - Bresser Pereira e a Reforma Gerencial do Estado . Administração Pública e Gestão Social, v. 9, n. 3, p. 237-242, 2017.
BRESSER-PEREIRA, L. C. Reforma gerencial e legitimação do estado social.Rev. Adm. Pública [online]. 2017, vol.51, n.1, pp.147-156.
BITTENCOURT, Lúcio Nagib. As Organizações Sociais e as ações governamentais em cultura: ação e política pública no caso do Estado de São Paulo. Tese, São Paulo, 2014. 254 f.
LANDIM, L. O “setor” sem fins lucrativos no Brasil. História, tendências e debates recentes. In: LANDIM, L. Para além do mercado e do Estado? Filantropia e cidadania no Brasil. Rio de Janeiro: Cadernos do ISER, 1993.

Aula 6:

Quem governa? As relações no Estado e formas de Estado
Retoma-se o debate em torno da tecnocracia e do Estado desenvolvimentista que marcaram os anos 1990, depreendendo as relações de força/sentido à época. Em seguida, contrapõe-se com os processos políticos mais contemporâneos, tendo em vista a detectar relações de continuidade e descontinuidade de um período para outro.

Bibliografia Básica:
BOMENY, H. “Novos talentos, vícios antigos: os renovadores e a política.” Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v.6, n.11, p. 24-39. 1993.
LOUREIRO, M. R. “Os economistas no Brasil pós-64: formação acadêmica e participação no governo”. In:___. Os economistas no governo. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997. (p.61-117).

Bibliografia Complementar:
HEREDIA, M. Cuando los economistas alcanzaron el poder (o como se gestó la confianza en los expertos). Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2015.
MITCHELL, Timothy. The work of economics: how a discipline makes its world. European Journal of Sociology, v. 46, n. 2, p. 297–320, 2005.
NORMAND, R. The changing epistemic governance of European Education. Scotland: Springer Press, 2016.
SILVA, P. En nombre de la razón: tecnocratas y política en chile. Santiago: Ediciones Universidad Diego Portales, 2010.