Programa

Descrição do curso:

Como devemos combater as desigualdades nas cidades? Os filósofos políticos têm debatido essa questão do ponto de vista da segregação residencial. Existem duas teses principais na literatura recente. Uma delas é a proposta integracionista focada em defender que a justiça socioeconômica nas cidades deve ser alcançada por meio da realocação de grupos desvantajosos em bairros mais prósperos. A segunda é a proposta redistributiva baseada na ideia de que a justiça socioeconômica nas cidades deve ser realizada por programas de transferência de renda. Embora estes sejam projetos diferentes, vamos discutir como exatamente seu diagnóstico normativo se aproxima e difere um do outro. Mais precisamente, este curso de extensão busca estudar autores chaves neste debate, como Elizabeth Anderson, Tommie Shelby, Iris Young, Lélia Gonzalez, clarificar o diagnóstico normativo sobre a razão da segregação ser uma injustiça estrutural e histórica e, por fim, propor soluções práticas para combatê-la.


1) O que é segregação?

- Aula 1 - Segregação espacial e social

- Tilly, C. (2005) “Relational orignis of inequality”, in: Tilly, C. Identities, Boundaries, and Social Ties: Routledge: London
- Anderson, E. (2010) “Segregation and social inequality, in: Anderson, E. The Imperarive of Integration: Pricenton Press.
- Marques, E (2005). “Elementos conceituais da segregação, da pobreza urbana e da ação do Estado”, in Eduardo Marques e Haroldo Torres (orgs), São Paulo. Segregação, pobreza e desigualdades sociais. São Paulo: SENAC.

- Aula 2 – A segregação nas cidades é uma questão contextual? O caso dos Estados Unidos e do Brasil

-Maloutas, T. “Residential Segregation in Context”, in: Residential segregation in comparative perspective, Fujita and Maloutas (orgs), Routledge Press.
- Gonzalez, L. (2019) “A categoria política-cultural da Amefricanidade”, in: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro.
- Stanley, S (2017). “How not to integrate”, in: Stanley, S. An Impossible Dream? Racial integration in the United States, Oxford Press.

2) Por que a segregação é uma injustiça?

- Aula 3 – Questões estruturais e histórias

-Young, I. (2011). “Structure as the subject of justice”, in: Young, I. Responsability for Justice, Oxford Press.
-Nuti. A. (2019) “The Structural Reproduction of Unjust History”, in: Nuti, A. Injustice and the reproduction of history: structural inequalities, gender and redress, Cambridge Press.

- Aula 4 - Questões morais, políticas e econômicas

-Anderson, E. (2010) “Racial segregation today: a normative assessment”, in: Anderson, E. The Imperarive of Integration, Pricenton Press.
-Shelby, T. (2014). “Integration, Inequality, and Imperatives of justice: A review essay”. Philosophy and Public Affairs, 42, no3. pp. 253-285.

3) Como devemos mitigar ou eliminar a segregação nas cidades?

- Aula 5 – Analisando as propostas relacionais, baseada em ações democráticas e integracionistas

-Young, I. (2000) “Residential segregration and regional democracy”, in: Young, I. Inclusion and democracy, Oxford Press.
-Anderson, E. (2010) “The imperative of integration”, in: Anderson, E. The Imperarive of Integration: Pricenton Press.

- Aula 6 - Analisando as propostas distributivas, baseadas em recursos e poder

-Shelby, T. “Community”, in: Shelby, T. (2016) Dark Ghettos: injustice, dissent, and reform. Harvard University
-Stanley, S. “How to integrate: the redistribution of power”, in: Stanley, S. (2017) An Impossible Dream? Racial integration in the United States, Oxford Press.

4) Balanço das propostas, aplicando critérios de justiça

- Aula 7 - Critérios intrínsecos e instrumentais

-Fragoso, K. Integration: Political, not Physical, forthcoming: draft paper.

-Poama, A. (2020). “Staying in or moving out ? Justice and the abolition of the Dark ghetto”. European Journal of Political Theory, vol. 19 (1), pp128-138.