Programa

Aula 1 – Devolver o colonial ao seu lugar: historicidade das sociedades africanas e a historiografia sobre o colonialismo
a) Introdução: o colonialismo na África;
b) O debate sobre as resistências e iniciativas africanas ao domínio colonial europeu,
c) As críticas ao binário colonial.

Aula 2 – Saint-Louis do Senegal e suas gentes
a) A população de Saint-Louis nas décadas de 1850 e 1860;
b) Conexões e itinerâncias no vale do rio Senegal;
c) Estruturas políticas africanas e poder colonial francês.
d) Intermediários locais: intérpretes, soldados, marujos e comerciantes.

Aula 3 – Expedição francesa a Segu (1863-1866)
a) Os homens da expedição e seu trabalho;
b) Intermediários ocasionais ao longo da viagem;
c) Negociação e tratado entre os franceses e o “Império Tukulor”
d) As viagens de Sidy e Bakary Guëye

Aula 4 – A Escola dos Reféns e a formação de intermediários
a) Escolas e alunos em Saint-Louis
b) A Escola dos Reféns: filhos de chefes, intérpretes e a “causa francesa”
c) A Escola dos Reféns de Kayes

Aula 5 – “Decolonizações”: debate a partir do documentário
• Série documental: Decolonizações. Dir. Karim Miské e Marc Ball. Autores: Karim Miské, Pierre Singarabélou e Marc Ball. Narração: Reda Kateb. Produção: ARTE France, Program33, AT Production, RTBF, RTS Sénégal. (3 episódios)

Referências bibliográficas

AUSTEN, Ralph A. Colonialism from the Middle: African Clerks as Historical Actors and Discursive Subjects. History in Africa, v. 38, p. 21-33, 2011.
BARRY, Boubacar. Senegambia and the Atlantic slave trade. Trad. Ayi Kwei Armah. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.
BOAHEN, A. A. (Ed.). História geral da África: África sob dominação colonial (1880-1935). Brasília: UNESCO, 2010.
BOUCHE, Denise. L’école française et les Musulmans au Sénégal de 1850 à 1920. Revue française d’histoire d’outre-mer, v. 61, n. 223, p. 218-235.
BRUNSCHWIG, Henri. Interprètes indigènes pendant la période d’expansion française en Afrique Noire (1871-1914). Proceedings of the Meeting of the French Colonial Historical Society, v. 2, p. 1-15, 1977.
COOPER, Frederick. Conflito e conexão: repensando a História Colonial da África. Anos 90 (Porto Alegre), v. 15, n. 27, p. 21-73, jul. 2008.
DULUCQ, Sophie; COQUERY-VIDROVITCH, Catherine; FREMIGACCI, Jean; SIBEUD, Emmanuelle; TRIAUD, Jean-Louis. L’écriture de l’histoire de la colonisation en France depuis 1960. Afrique & Histoire, v. 6, n. 2, p. 235-276, 2006.
FARIAS, Juliana Barreto. “Não há cativo que não queira ser livre!”: Significados da escravidão e da liberdade entre marinheiros do Senegal, século XIX. Varia Historia (Belo Horizonte), v. 36, n. 71, p. 395-431, mai/ago 2020.
GEBARA, Alexsander. Agências e interações entre africanos e europeus nas expedições britânicas ao rio Níger (1825-1854): os casos de William “Abubakr” Pasco e “Alihéli”. Topoi (Rio de Janeiro), v. 20, n. 40, p. 204-228, abr. 2019.
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005.
HERNANDEZ, Leila Leite; MARCUSSI, Alexandre Almeida. Ideias e práticas em trânsito – poderes e resistências em África (século XIX-XX). São Paulo: Intermeios, 2020.
HOBSBAWM, Eric J. A história de baixo pra cima. In: HOBSBAWM, Eric J. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
LEFEBVRE, Camille; OUALDI, M’hamed. Remmettre le colonial à sa place : Histoires enchevêtrées des débuts de la colonisation en Afrique de l’Ouest et au Maghreb. Annales. Histoire, Sciences Sociales, v. 72, n. 4, p. 937-943, 2017.
MAGE, Eugène-Abdon. Voyage dans le Soudan occidental (Sénégambie-Niger). Paris: Hachette, 1868.
M’BAYO, Tamba. Muslim Interpreters in Colonial Senegal, 1850-1920: mediations of knowledge and power in the lower and middle Senegal River Valley. Lanham: Lexington Books, 2016.
M’BOKOLO, Elikia. África Negra: história e civilizações. Tomo II (Do século XIX aos nossos dias). Trad. Manuel Resende. Salvador/São Paulo: EDUFBA/Casa das Áfricas, 2011.
METCALF, Alida. Os papéis dos intermediários na colonização do Brasil: 1500-1600. Campinas: Editora da Unicamp, 2019.
MOPOHO, Raymond. Statut de l’interprète dans l’administration coloniale en Afrique francophone. Meta: Journal des traducteurs, v. 46, n. 3, p. 615-626, 2001.
MOTA, Thiago Henrique. História Atlântica da islamização na África Ocidental: Senegâmbia, séculos XVI e XVII. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Minas Gerais, 2018, 373 f.
MUDIMBE, V. Y. A invenção da África: gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Tradução: Ana Medeiros. Luanda: Edições Mulemba; Lisboa: Edições Pedago, 2013.
N’DIAYE, Bandiougou. L’école française et l’expansion coloniale au Sénégal (1817-1903). Mémoire (Maitrise en Histoire) – Université de Dakar, Dakar, 1983.
PRATT, Mary Louise. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Bauru: EDUSC, 1999.
REGINALDO, Lucilene; FERREIRA, Roquinaldo. África, margens e oceanos – perspectivas de história social. Campinas: Editora da Unicamp, 2021.
ROBINSON, David. Paths of Accommodation: Muslim societies and French colonial authorities in Senegal and Mauritania, 1880-1920. Athens: Ohio University Press, 2000.
SAINT-MARTIN, Yves. Le Sénégal sous le Second Empire : Naissance d’un empire colonial (1850-1871). Paris : Karthala, 1989.
______. “Je vous écris de Ségou” : Lettres d’Eugène-Abdon Mage. Revue française d’histoire d’outre-mer, v. 79, n. 294, p. 5-51, 1992.
TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história. Tradução: Sebastião Nascimento. Curitiba: huya, 2016.
VAN DEN AVENNE, Cécile. De la bouche même des indigènes : échanges linguistiques en Afrique coloniale. Paris: Vendémiaire, 2017.