Violência e continuidade autoritária

Este curso apresenta uma dimensão histórica e sociológica do autoritarismo no Brasil, tendo como perspectiva a última ditadura militar e as disputas pela consolidação democrática. Pretende-se discutir como práticas autoritárias se renovam, adaptam-se e resistem ao longo do tempo, mesmo após processos formais de democratização. Abordaremos os discursos autoritários que seguem marcando o contexto contemporâneo, com retóricas que desafiam a efetivação de políticas de Direitos Humanos. Tal cenário se reflete nas políticas de encarceramento e no incentivo ao uso da violência estatal, em um contexto em que o populismo penal é cada vez mais influente na sustentação de plataformas e expectativas políticas. O curso explora como esses elementos constituem obstáculos para a efetivação dos Direitos Humanos e do regime democrático de forma ampla.

Na contemporaneidade temos visto a ascensão de grupos e políticos de extrema direita, os quais têm conseguido apoio de boa parte da sociedade civil e alcançado postos de poder. Além disso, também as práticas de violência estatal e discursos contra a implementação de políticas de Direitos Humanos têm avançado cada vez mais, seja nas casas legislativas ou em organizações da sociedade civil. Ou seja, mesmo após o fim da ditadura militar e os esforços de democratização, práticas autoritárias têm se adaptado e perdurado, o que demonstra uma continuidade que precisa ser analisada e compreendida para ser enfrentada. Neste sentido, o curso propõe compreender algumas manifestações do autoritarismo na sociedade brasileira, bem como as formas de adaptação e continuidade ao longo do tempo.