Programa

AULA 1 (02/02/2024): Introdução a uma estilística na filosofia e historiografia das ciências
1. A noção de estilo nas ciências da linguagem
2. A estilística de Bally (1951)
3. A estilística de Vossler (1904)
4. Os estudos de estilo de Spitzer (1969)
5. O estilo na fala segundo Edward Sapir (1927)
6. O colóquio Qu’est-ce que le style? e o estilo para Rastier (1994)


AULA 2 (07/02/2024): O estilo nas artes
1. A reflexão de Gombrich acerca do estilo (1950)
2. As categorias do estilo nas artes segundo Otávio Bueno (2018)


AULA 3 (09/02/2024): O estilo nas ciências: o estilo enquanto um estilo de um coletivo de pensamento
1. A sociologia do saber de Karl Mannheim (1925)
2. O estilo de pensamento em Ludwik Fleck: o Gênese e desenvolvimento de um fato científico (1935)
3. Jonathan Harwood e os estilos de pensamento científico na comunidade genética alemã (1900-1933) (1994)


AULA 4 (16/02/2024): A filosofia do estilo de Granger (1968)
1. A filosofia do estilo de Granger (1968)
2. Estilo e objetividade nas ciências físicas
2.1. A escolha dos tipos de problema
2.2. Princípios muito gerais de apreensão de objetos em um campo
2.3. O nível do rigor
2.4. O papel do instrumental


AULA 5 (21/02/2024): O estilo na historiografia das ciências: os estilos de pensamento científico na obra de Alistair Crombie (1994)
1. Estilo de postulação: a geometria dos gregos.
2. Estilo experimental: a ciência do século XVII.
3. Estilo de modelagem hipotética: as ciências cognitivas e a linguística do século XX
4. Estilo taxonômico: a cladística e a tipologia linguística
5. Estilo estatístico e probabilístico: sociolinguística, as ciências do solo e do clima e a mecânica quântica
6. Estilo de derivação histórica: o evolucionismo e a linguística histórica


AULA 6 (23/02/2024): O estilo de raciocínio de Hacking e o estilo em Gavroglu (década de 90)
1. Linguagem, verdade e razão
2. Estilo para historiadores e filósofos
3. O estilo estatístico para Hacking
4. O estilo matemático para Hacking
5. O estilo de laboratório, de Hacking
6. O estilo e o contexto da descoberta: Kostas Gavroglu


AULA 7 (28/02/2024): Bezerra e outras noções de estilo (até 2018)
1. Merleau-Ponty, a linguagem indireta e as vozes do silêncio
2. O estilo em ciência e em história da ciência: a estilística de Paty
3. O estilo de saber, de Kwa
4. Bezerra e o estilo enquanto unidade de mediação epistêmica
4.1. Unidade epistêmica
4.2. Unidade de mudança científica
4.3. Estilo e paradigmas (Kuhn)
4.4. Estilo e programas de pesquisa (Lakatos)
4.5. Estilo e tradições de pesquisa (Laudan)
4.6. Estilo e estratégias de restrição e seleção (Lacey)
4.7. Estilos como unidade de mediação epistêmica

AULA 8 (01/03/2024): Bueno: estilos como padrão de relações inferenciais e categorias estilísticas (anos 2010 em diante)
1. Uma visão pluralista dos estilos de raciocínio científico
2. Estilos como padrões de relações inferenciais
3. Visão ampla de estilo: Hacking
4. Visão estrita de estilo: Bueno
5. Os estilos e a desunidade da ciência
6. As categorias que determinam um estilo
6.1. Questões possíveis
6.2. Técnicas e procedimentos
6.3. A heurística
6.4. Padrões de inferência
6.5. A constituição do objeto

BIBLIOGRAFIA:

    
BALLY, Charles. Traité de Stylistique Française. Paris: Klincksiek, 1951.
BEZERRA, Valter Alnis. “Estilos de raciocínio científico e o problema dos registros de teorização metacientíficas”. In: CHIBENI, Silvio Seno et al. (eds.). Filosofía e Historia de la Ciencia en el Cono Sur. Selección de trabajos del X Encuentro de la Associación de Filosofía y Historia de la Ciencia del Cono Sur. Córdoba, 2018, pp. 56-67.
BUENO, Otávio. “Styles of reasoning: a pluralist view”. In: Studies in History and Philosophy of Science, 43 (2012), pp. 657-665.
_____________“Estilos de Raciocínio Científico nas Ciências e nas Artes”. In: CHIBENI, Silvio Seno et al. (eds.). Filosofía e Historia de la Ciencia en el Cono Sur. Selección de trabajos del X Encuentro de la Associación de Filosofía y Historia de la Ciencia del Cono Sur. Córdoba, 2018, p. 33-45.
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________________ Meditations on a Hobby Horse. London: Phaidon, 1963.
________________ Art and Illusion. London: Phaidon, 1960.
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_________________ Ontologia histórica. Tradução de Leila Mendes. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2009 [2002].
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LACEY, Hugh. Valores e atividade científica 1. Tradução de Marcos Barbosa de Oliveira et alli. Introdução e prefácio de Pablo Rubén Mariconda. São Paulo: Scientiae Studia/Editora 34, 2008.
_______________Valores e atividade científica 2. Tradução de Marcos Barbosa de Oliveira et alli. São Paulo: Scientiae Studia/Editora 34, 2010.
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MERLEAU-PONTY, Maurice. “A linguagem indireta e as vozes do silêncio”. Trad. Por P. de Souza Moraes. In: MERLEAU-PONTY, M. Textos sobre linguagem, pp. 141-175. (Série: Os Pensadores, 2ª ed.). São Paulo: Abril Cultural, 1984.
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SAPIR, Edward. “A fala como traço de personalidade”. In: _________ Linguística como ciência. Tradução de Joaquim Mattoso Camara Jr. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1969 [1927].
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix, 2006 [1916].
SPITZER, Leo. Études de Style. Paris: Gallimard, 1969.