Tekocâmera: cosmologias e territórios nos cinemas indígenas

Compartilhar com a comunidade que busca informações e caminhos para conhecer e se relacionar com as culturas ameríndias imagens e indagações. Interrogar imagens e perceber, por meio delas, o que falam de nós como corpo coletivo, sociedade, Nação. A imagem que historicamente o cinema brasileiro propagou dos povos indígenas é uma ficção que se repete, está em looping.

Este compartilhamento de imagens produzidas pelos povos indígenas nas recentes décadas, que neste curso inclui o visionamento comentado de trechos de filmes, objetiva levar à comunidade acadêmica e aos interessados em geral visões de mundo originárias, descomprometidas com a lógica de mercado, a fim de proporcionar aos alunos a possibilidade de compreender a vida a partir de cosmovisões que procuram ser apagadas da memória coletiva pelo Estado, seja por meio do constante epistemicídio perpetrado à sua população, seja pela reafirmação da hegemonia da indústria cultural.

Assim, espera-se que ao final do curso os alunos possam ter uma visão histórica da cinematografia indígena, a fim de conhecer filmes e mitos, entender o lugar que esse cinema ocupa nos dias atuais, ter contato com as principais demandas desses povos (noção de território, teko'h para os guarani), especialmente de 2019 até o presente momento, e receber, por fim, a indagação (proposição) cosmopolítica (STENGERS, 2018), como um modo de entender as relações possíveis de se tecerem ao habitarmos o planeta a partir do estudo das cosmologias ameríndias.